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ANISTIA
Reparações ainda em análise não serão assumidas
Governo afirma que vai regularizar pagamento e isenta anistiado de IR
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da República, Luiz
Inácio Lula da Silva, disse ontem a
associações de anistiados políticos que não vai conseguir pagar as
reparações financeiras que ainda
aguardam julgamento até o fim
de seu mandato, em 2006. Por ter
sido preso durante o regime militar, Lula é aposentado especial em
condição de anistiado.
Ontem, Lula prometeu aos anistiados regularizar ainda neste mês
os pagamentos mensais -inclusive os de ex-militares. Também
assinou, segundo os presentes,
decreto isentando de Imposto de
Renda os aposentados que, como
ele, recebem da Previdência como
anistiados políticos.
"O essencial é que se garanta o
direito dos que lutaram pelo
país", disse Lula, segundo relato
de participantes da reunião.
Alexandrina Cristensen, vice-presidente da Abap (Associação
Brasileira de Anistiados Políticos), tomou notas da conversa.
Segundo ela, Lula disse ter ordenado "maior rigidez na apuração
dos processos, para não privilegiar os que não têm direito".
Hoje, o governo não tem dinheiro para o passivo de pagamentos retroativos. O montante
ultrapassa R$ 2 bilhões. O Orçamento de 2004 prevê R$ 200 milhões para as parcelas mensais. Os
representantes de anistiados terão nova reunião hoje com o presidente da Comissão de Anistia,
Marcelo Lavenére Machado.
A Comissão de Anistia foi criada em 2001 para amparar financeiramente pessoas que sofreram
perseguição política de 18 de setembro de 1946 a 5 de outubro de
1988. Até hoje, o Ministério da
Defesa não pagou nenhuma indenização concedida a militares e,
segundo as associações de anistiados, o Planejamento suspendeu
há dois meses o pagamento de reparações mensais.
Responsável pelo julgamento
dos pedidos de indenização, a Comissão de Anistia, subordinada
ao ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça), tem uma fila de cerca
de 29 mil processos.
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