DA REPORTAGEM LOCAL

O juiz federal João Carlos da Rocha Mattos prestou depoimento ontem no TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região (em São Paulo) sobre o suposto uso de placas frias em seus carros.
Rocha Mattos, que está preso na Polícia Federal em São Paulo desde 7 de novembro, foi levado ao depoimento em um carro com os vidros escuros. Entrou e saiu pela garagem do tribunal, na zona central de SP.
O juiz foi ouvido pela desembargadora federal Marli Ferreira, que é relatora do inquérito que investiga o uso de placas frias por juízes federal.
Além de Rocha Mattos, o inquérito também investiga os juízes federais Casem Mazloum e Adriana Pileggi de Soveral. Segundo o Ministério Público Federal eles utilizariam placas reservadas da PF em seus carros particulares e em veículos de familiares.
A Procuradoria da República em São Paulo afirma que o uso das placas seria feito para evitar multas de trânsito. O motivo alegado pelos juízes é a falta de segurança a que estão sujeitos.

Defesa
O advogado Alberto Zacharias Toron, que representa Rocha Mattos, disse que não acompanhou o depoimento de seu cliente. Segundo ele, o encontro de Rocha Mattos com a desembargadora estava previsto para a tarde de ontem, mas foi adiantado sem que ele soubesse com antecedência.
Toron disse que irá "tomar as medidas cabíveis" para ter acesso ao inquérito. Ele afirma que o TRF negou seus pedidos para ler o inquérito sob o argumento de que o processo ainda não chegou na fase do contraditório -ou seja, de que o inquérito é inquisitorial.
O advogado argumenta que informações do inquérito sobre as placas frias estão sendo utilizadas pelo Ministério Público Federal na denúncia que apresentou contra Rocha Mattos e outras pessoas por formação de quadrilha. "O fato de o inquérito estar sob segredo prejudica a defesa do meu cliente", disse Toron.


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