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São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 2003

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Conselho de educação é mais bem avaliado

DA SUCURSAL DO RIO

Os mecanismos de influência em políticas públicas mais lembrados e tidos como eficazes pelos entrevistados pelo Ibope foram os conselhos de educação. Os conselhos funcionam em vários municípios brasileiros e, em alguns casos, são abertos para que a comunidade faça queixas e sugestões.
Para Camilla Croso, da Ação Educativa, uma hipótese para explicar esse resultado é o fato de os conselhos estarem mais próximos da realidade dos brasileiros e atuarem em políticas municipais.
Dos entrevistados, 35% citaram esses conselhos como o mecanismo mais eficaz para influenciar políticas públicas. Além do foco nos problemas imediatos da população, uma estratégia que algumas entidades usam para atrair as pessoas a esse tipo de discussão é tornar as reuniões menos chatas.
Segundo a pesquisa, 21% das pessoas que não desejam participar dessas práticas apontam a chatice das atividades como o principal motivo, enquanto 26% citam a falta de tempo.
O CDHEP (Centro de Direitos Humanos e Educação Popular), que atua no distrito de Capão Redondo (zona sul de São Paulo), decidiu mudar a dinâmica das reuniões que fazia com a comunidade para atrair mais jovens.
"A gente percebeu que não adianta mais fazer uma mesa redonda e colocar as pessoas para falar. Para atrair os jovens, fizemos algumas dinâmicas e criamos até alguns jogos em que o tema da participação nas políticas públicas aparecesse", diz Silene Amorim, educadora do CDHEP.
Devido à pressão e a uma ação levada em 2000 ao Ministério Público, o CDHEP obteve neste ano a promessa da prefeitura de construir um CEU (Centro Educacional Unificado) na região.
A idéia da ação surgiu da demanda dos jovens por mais áreas de lazer na região e de pais de crianças por mais vagas na escola.
O Observatório da Educação e da Juventude, da ONG Ação Educativa, que encomendou a pesquisa, tem por objetivo criar melhores condições para que os brasileiros, principalmente os jovens, saibam exercer seu direito de influenciar políticas públicas.


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