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Oposição faz
críticas a lei
da Agência Folha,
em Campo Formoso (BA)
A lei que cortou os vencimentos
foi duramente criticada pelos sete
vereadores que fazem oposição à
administração municipal. "Ninguém abdica de salário assim tão
facilmente", disse o vereador
Adolfo Menezes (PTB).
Os legisladores de Campo Formoso não têm como sobreviver
com R$ 136 por mês, na avaliação
de Menezes. "O que nós desconfiamos é que existe alguma coisa
por trás de tudo isso", afirmou o
candidato a prefeito em 2000.
Sem o salário de R$ 1.800 por
mês, os vereadores oposicionistas
dizem que foram obrigados a se
desfazer de bens para saldar os
débitos dos compromissos assumidos antes da aprovação da lei.
Leônidas Vieira dos Santos
(PTB) vendeu sua casa por R$
7.200 na semana passada. "Precisei do dinheiro para pagar as
prestações de um empréstimo
contraído em banco."
Santos também deixou de matricular um filho que passou no
vestibular para administração de
empresas. "Não tenho condições
de sustentá-lo em uma universidade ganhando apenas R$ 136."
Nagi Pinto Martins (PTB) disse
que vai vender 50 bois para pagar
20 das 24 prestações do financiamento de seu carro.
"Eu já havia quitado quatro
prestações quando recebia R$
1.800. Agora, a única alternativa
que me resta é vender parte do
meu patrimônio para manter o
nome limpo na praça", declarou.
Logo após o corte nos salários,
Josefa Borges de Souza Lima, do
PL, pediu a dois filhos universitários para retornarem à cidade.
"Como professora e vereadora
não recebo R$ 450 por mês. É impossível manter os filhos em um
curso superior em outro lugar."
Ela colocou sua casa à venda.
"Não sei o que vamos fazer agora quando os eleitores pedirem
um remédio ou um caixão. O que
pouca gente sabe é que quem trabalha no interior desenvolve projetos sociais que deveriam ser assumidos pelo Estado ou pelo governo federal." A oposição recorrerá à Justiça contra a redução.
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