São Paulo, segunda-feira, 26 de dezembro de 2005

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SÃO PAULO

Diretor da empresa Colucci & Associados diz que não fez propaganda da Nossa Caixa em órgãos ligados a parlamentares

Agência e banco negam irregularidades

DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor-presidente da Colucci & Associados, Oscar Colucci, 65, diz que está processando a Nossa Caixa. "O contrato estava em vigor e valia por 60 meses. O [Carlos Eduardo] Monteiro [presidente do banco] me chamou e disse que o contrato estava terminado. Não deu o prazo de 60 dias a que tínhamos direito."
Colucci nega que tenha favorecido publicações ou programas de parlamentares afinados com o Palácio dos Bandeirantes. "Tudo que a Colucci fez em termos de publicação sempre foi em veículos como a TV Globo, Bandeirantes, na mídia tradicional", diz.
Colucci e Carlos Eduardo Monteiro, da Nossa Caixa, negam que as agências tenham feito saques adiantados com base em créditos futuros, como consta na denúncia ao Ministério Público Estadual.
O publicitário diz que atende a Nossa Caixa há nove anos. A primeira contratação foi na gestão do presidente Geraldo Gardenalli, no governo Mario Covas. Diz que o governo Geraldo Alckmin nunca lhe pediu nada. "Nunca recebi pedido para favorecer alguém. As campanhas eram feitas de acordo com as necessidades", diz.
Colucci confirma que depôs na comissão de sindicância: "Fomos lá, prestar depoimento, com um um advogado, na maior boa vontade", disse. O publicitário disse que avisou a Nossa Caixa do vencimento do contrato.
Carlos Eduardo Monteiro diz que o banco enviou cartas às agências informando o interesse em renovar os contratos.
Monteiro diz que as duas agências foram contratadas em 2002. "Eu só vim para cá em 2003 e só vim a saber neste ano que o contrato não havia sido assinado. Se fosse numa empresa privada, não haveria problema nenhum. Imediatamente, suspendi a prestação de serviços, comuniquei ao Tribunal de Contas do Estado e acelerei a publicação do novo edital."
Monteiro afirma que a auditoria interna foi determinada pelo secretário estadual da Fazenda, Eduardo Guardia, presidente do Conselho de Administração da Nossa Caixa. "A auditoria não localizou nenhum pagamento fora do padrão", diz.
Monteiro cita pareceres da Procuradoria Geral do Estado aceitando a prorrogação informal. "A simples permanência dos contratos em vigor indica a vontade das partes de permanecer com os contratos de prestação de serviços. Mais conservador, fiz nova licitação e fiquei sem agência desde junho", afirma. (FV)


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