São Paulo, sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

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Queda de norma muda cenário em Minas, mas não altera jogo no Rio

DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DO RIO

Em Minas Gerais, o maior beneficiado com fim da verticalização será o governador Aécio Neves (PSDB), defensor da mudança na legislação e provável candidato à reeleição. Na avaliação do PSDB, o fim da verticalização facilita o entendimento com o PL e com o PMDB. O PMDB é o parceiro preferencial dos tucanos de Minas para compor a chapa majoritária. O partido pode apoiar o ex-presidente Itamar Franco (PMDB) para o Senado e oferecer a vaga de vice à sigla. O fim da verticalização deve aumentar o cacife político do PMDB no Estado, pois seu apoio é disputado também pelo PT Lideranças petistas, como o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, defendem uma aliança com o PMDB em torno da candidatura do ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB). Para o presidente do PT-MG, Nilmário Miranda, Costa não mobilizaria a militância petista. No Ceará, o fim da verticalização facilitará a manutenção oficial de uma aliança entre Tasso Jereissati (PSDB) e Ciro Gomes (PSB). Apesar de aliados de Ciro darem sinais de querer um rompimento definitivo com os tucanos, com o lançamento da candidatura de um dos irmãos de Ciro -Cid Gomes, de preferência, com o apoio do PT e do PMDB-, interlocutores dos dois caciques duvidam que eles rompam. Com a manutenção da aliança e o fim da verticalização, é possível que uma eventual candidatura à reeleição do governador Lúcio Alcântara (PSDB) tenha o PSB como vice ou na vaga ao Senado. Em Pernambuco, o fim da verticalização beneficia principalmente os pré-candidatos do PFL, José Mendonça Filho e do PSB, Eduardo Campos. Desvinculado das alianças nacionais, o pefelista, atual vice-governador do Estado, poderá ter em seu palanque o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB). O PSB poderá lançar Campos, independentemente da candidatura de Humberto Costa (PT). No Maranhão, o fim da verticalização pode polarizar a disputa ao governo do Estado já no primeiro turno da eleição. A tendência agora são os grupos políticos se organizarem em torno de duas candidaturas: uma apoiada pelo grupo Sarney, cuja candidata deve ser a senadora Roseana Sarney (PFL) com apoio de PMDB, PTB e PV; a outra candidatura -possivelmente em torno do ex-prefeito de São Luís Jackson Lago (PDT)- teria o apoio de PSB, PSDB, PT, PC do B e PPS. Na Bahia, o fim da verticalização prejudica o grupo político do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), que contava com o apoio do PSDB para a possível candidatura à reeleição do governador Paulo Souto (PFL). Com o fim da verticalização, o PSDB pode participar da frente partidária que deve lançar o ministro petista Jaques Wagner (Relações Institucionais). Em Mato Grosso do Sul, o fim da verticalização fortalece as candidaturas do PT e do PMDB ao governo. O senador Delcídio Amaral (PT) espera ter o apoio de PTB, PDT e PL. O ex-prefeito de Campo Grande André Puccinelli (PMDB) pode formalizar, com o fim da verticalização, os apoios de PSDB, PFL e PPS.

Rio
Como os principais partidos políticos do Rio se dizem dispostos a lançar candidatos próprios, o fim da verticalização não traria grandes alterações no cenário regional. Essa é a análise feita por lideranças de PMDB, PT, PSDB e PFL. Os líderes admitem que o fim da verticalização facilitaria as coligações regionais, mas dizem que, por enquanto, a tendência de todos os partidos de maior expressão é lançar sua própria candidatura. O PRB também deve ter candidato próprio: o senador Marcelo Crivella. Uma pesquisa divulgada ontem pelo instituto GPP, paga pelo próprio instituto, mostra que, se as eleições fossem hoje, o líder nas intenções de voto seria o senador Sérgio Cabral (PMDB), com 31,5%. Ele contaria com o apoio do casal Garotinho. Em segundo lugar aparece Crivella, com 17,2%. Denise Frossard (PPS) é a terceira, com 11,6%, e Eider Dantas (PFL), candidato do prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), teria 5,3%. Completam a lista de candidatos o prefeito de Araruama, Chiquinho da Educação (PL), com 3,4%, e Vladimir Palmeira (PT), com 2,8%. A pesquisa foi registrada no TRE e a margem de erro é de 2,7 pontos para mais ou para menos. "Eu pessoalmente acho que a verticalização tinha um lado muito positivo, mas é evidente que ela colocava uma camisa de força. No nosso caso, temos conversado com vários partidos, mas respeitando a vontade de muitos de terem candidato próprio", disse Sérgio Cabral. (THIAGO GUIMARÃES, KAMILA FERNANDES, FÁBIO GUIBU, SÍLVIA FREIRE, ANA COPETTI E RAPHAEL GOMIDE)


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