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Queda de norma muda cenário em
Minas, mas não altera jogo no Rio
DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DO RIO
Em Minas Gerais, o maior beneficiado com fim da verticalização será o governador Aécio Neves (PSDB), defensor da mudança
na legislação e provável candidato
à reeleição.
Na avaliação do PSDB, o fim da
verticalização facilita o entendimento com o PL e com o PMDB.
O PMDB é o parceiro preferencial dos tucanos de Minas para
compor a chapa majoritária. O
partido pode apoiar o ex-presidente Itamar Franco (PMDB) para o Senado e oferecer a vaga de
vice à sigla.
O fim da verticalização deve aumentar o cacife político do PMDB
no Estado, pois seu apoio é disputado também pelo PT
Lideranças petistas, como o prefeito de Belo Horizonte, Fernando
Pimentel, defendem uma aliança
com o PMDB em torno da candidatura do ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB).
Para o presidente do PT-MG,
Nilmário Miranda, Costa não
mobilizaria a militância petista.
No Ceará, o fim da verticalização facilitará a manutenção oficial
de uma aliança entre Tasso Jereissati (PSDB) e Ciro Gomes (PSB).
Apesar de aliados de Ciro darem sinais de querer um rompimento definitivo com os tucanos,
com o lançamento da candidatura de um dos irmãos de Ciro
-Cid Gomes, de preferência,
com o apoio do PT e do PMDB-,
interlocutores dos dois caciques
duvidam que eles rompam.
Com a manutenção da aliança e
o fim da verticalização, é possível
que uma eventual candidatura à
reeleição do governador Lúcio Alcântara (PSDB) tenha o PSB como vice ou na vaga ao Senado.
Em Pernambuco, o fim da verticalização beneficia principalmente os pré-candidatos do PFL, José
Mendonça Filho e do PSB, Eduardo Campos.
Desvinculado das alianças nacionais, o pefelista, atual vice-governador do Estado, poderá ter
em seu palanque o governador
Jarbas Vasconcelos (PMDB).
O PSB poderá lançar Campos,
independentemente da candidatura de Humberto Costa (PT).
No Maranhão, o fim da verticalização pode polarizar a disputa
ao governo do Estado já no primeiro turno da eleição.
A tendência agora são os grupos
políticos se organizarem em torno de duas candidaturas: uma
apoiada pelo grupo Sarney, cuja
candidata deve ser a senadora Roseana Sarney (PFL) com apoio de
PMDB, PTB e PV; a outra candidatura -possivelmente em torno
do ex-prefeito de São Luís Jackson Lago (PDT)- teria o apoio
de PSB, PSDB, PT, PC do B e PPS.
Na Bahia, o fim da verticalização prejudica o grupo político do
senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), que contava com o
apoio do PSDB para a possível
candidatura à reeleição do governador Paulo Souto (PFL).
Com o fim da verticalização, o
PSDB pode participar da frente
partidária que deve lançar o ministro petista Jaques Wagner (Relações Institucionais).
Em Mato Grosso do Sul, o fim
da verticalização fortalece as candidaturas do PT e do PMDB ao
governo. O senador Delcídio
Amaral (PT) espera ter o apoio de
PTB, PDT e PL. O ex-prefeito de
Campo Grande André Puccinelli
(PMDB) pode formalizar, com o
fim da verticalização, os apoios de
PSDB, PFL e PPS.
Rio
Como os principais partidos políticos do Rio se dizem dispostos a
lançar candidatos próprios, o fim
da verticalização não traria grandes alterações no cenário regional. Essa é a análise feita por lideranças de PMDB, PT, PSDB e PFL.
Os líderes admitem que o fim da
verticalização facilitaria as coligações regionais, mas dizem que,
por enquanto, a tendência de todos os partidos de maior expressão é lançar sua própria candidatura. O PRB também deve ter candidato próprio: o senador Marcelo Crivella.
Uma pesquisa divulgada ontem
pelo instituto GPP, paga pelo próprio instituto, mostra que, se as
eleições fossem hoje, o líder nas
intenções de voto seria o senador
Sérgio Cabral (PMDB), com
31,5%. Ele contaria com o apoio
do casal Garotinho.
Em segundo lugar aparece Crivella, com 17,2%. Denise Frossard
(PPS) é a terceira, com 11,6%, e Eider Dantas (PFL), candidato do
prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL),
teria 5,3%. Completam a lista de
candidatos o prefeito de Araruama, Chiquinho da Educação (PL),
com 3,4%, e Vladimir Palmeira
(PT), com 2,8%.
A pesquisa foi registrada no
TRE e a margem de erro é de 2,7
pontos para mais ou para menos.
"Eu pessoalmente acho que a verticalização tinha um lado muito
positivo, mas é evidente que ela
colocava uma camisa de força. No
nosso caso, temos conversado
com vários partidos, mas respeitando a vontade de muitos de terem candidato próprio", disse
Sérgio Cabral.
(THIAGO GUIMARÃES, KAMILA FERNANDES, FÁBIO GUIBU, SÍLVIA FREIRE, ANA COPETTI E RAPHAEL GOMIDE)
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