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Até FMI entrará na "agenda positiva"
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Como parte de um "pacote" de
medidas da "agenda positiva" para tentar minimizar o desgaste
com o caso Waldomiro Diniz, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que o ministro
Antonio Palocci Filho (Fazenda)
acelere medidas econômicas que
estavam previstas para este ano, a
fim de que possam ser vendidas
como ações positivas.
Curiosidade: até o FMI (Fundo
Monetário Internacional) ajudará
a estratégia do governo de tentar
fazer a mídia mudar de assunto.
No domingo, Lula recebe para
um churrasco o diretor-gerente
do Fundo, Horst Köhler, que deverá elogiar a política econômica
e visitar projeto social na companhia do ministro Patrus Ananias
(Desenvolvimento Social).
A equipe econômica apressa os
detalhes finais para tentar investir
cerca de R$ 20 bilhões nas áreas
de habitação, saneamento e transportes neste ano, segundo estimativa do governo dada aos representantes do setor de construção
civil. Apesar de ser dívida judicial,
o pagamento aos aposentados de
diferenças na correção de benefícios passados também será vendido como ação positiva.
Outra ação em estudo é que o
documento geral sobre marco regulatório (regras que afetam as
agências reguladoras e os investimentos nacionais e estrangeiros
em infra-estrutura) ganhe ar mais
moderno e seja apadrinhado por
José Dirceu, numa operação para
tentar melhorar a imagem do ministro da Casa Civil no mercado e
combater a visão de que ele é contraponto interno a Palocci. Antes
da crise, Dirceu exercia esse papel
com desenvoltura.
Desde o início da crise, Lula tem
se esforçado para mostrar que o
governo não parou, tentando evitar a contaminação da economia
pela política. Ele tem dito que o
semblante do presidente deve
aparentar calma, ainda que em
meio a uma tormenta. Registro:
Palocci tem jogado papel vital na
estratégia de retomar a normalidade administrativa.
Anteontem, em reunião com
ministros da coordenação política, Lula ratificou a estratégia antecipada pela Folha de intensificar
ações "positivas" no Executivo e
no Legislativo. Lula prometeu linha-dura no fechamento das casas de bingo e de caça-níqueis.
Apesar de não descartar afastar
Dirceu se a evolução da crise exigir, essa hipótese hoje é menor
que no final da semana passada.
Lula tem tomado cuidado para
mostrar que Dirceu continua
prestigiado. Anteontem, Dirceu
foi chamado às pressas ao gabinete de Lula porque seria ruim ele se
atrasar e não chegar a tempo de
aparecer na foto da reunião sobre
o pagamento de reajustes atrasados a aposentados. Poderia soar
como desprestígio.
(KA)
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