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Empregados de bingos protestam e criticam o fechamento das casas
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DO RIO
Funcionários de bingos de todo
o país fizeram, ontem, uma série
de protestos contra a medida provisória assinada pelo presidente
Luiz Inácio Lula da Silva que proíbe o funcionamento de casas de
bingo em território nacional.
Em São Paulo foram três protestos durante a manhã e o começo
da tarde, que reuniram, ao todo,
3.000 pessoas, de acordo com a
Polícia Militar. Em Santos, a PM
informou que de 350 a 400 pessoas compareceram à manifestação na praça Mauá, a principal do
centro da cidade. Já em Porto Alegre, o movimento reuniu, segundo a polícia e a Força, cerca de 300
funcionários de bingo em frente
ao Palácio Piratini, sede do governo estadual. Em Santa Catarina,
houve protesto na cidade de Itajaí.
Em Brasília, funcionários de bingos protestaram na Esplanada
dos Ministérios. Todas as manifestações tiveram a coordenação
da Força Sindical.
Em São Paulo, os funcionários
usaram cartazes com dizeres como "Fome zero ou emprego zero?" e "Somos trabalhadores e
não contraventores". Faixas também lembravam a promessa de
campanha de Lula de criar 10 milhões de empregos, e, ao mesmo
tempo, atacavam a medida que,
segundo levantamentos de sindicatos e associações de bingo, vai
acabar com cerca de 320 mil empregos em todo o país.
Nas manifestações da capital
paulista, o presidente da Força
Sindical, Paulo Pereira da Silva,
que é pré-candidato à prefeitura
da cidade, acusou o governo Lula
de utilizar a polêmica do fechamento das casas para desviar a
atenção do caso Waldomiro.
A assessoria de imprensa do Ministério da Justiça, porta-voz do
governo no assunto, não quis comentar as declarações.
Ontem, a Aberj (Associação de
Bingos do Rio de Janeiro) decidiu
manter por 30 dias o emprego dos
6.000 funcionários que trabalham
nas 39 casas de jogos do Estado. Já
em Minas Gerais, o Sindicato das
Empresas Administradoras de
Bingo divulgou um comunicado
no qual afirma que os donos de
bingos no Estado decidiram demitir 7.500 pessoas.
Sobre o envolvimento da Força
Sindical no caso, a Central Única
dos Trabalhadores disse ver
"oportunismo". "Há um certo
oportunismo em misturar a defesa do emprego com interesses
eleitorais", disse Antonio Spis, secretário de Comunicação da CUT.
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