São Paulo, sexta-feira, 27 de fevereiro de 2004

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Empregados de bingos protestam e criticam o fechamento das casas

DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DO RIO

Funcionários de bingos de todo o país fizeram, ontem, uma série de protestos contra a medida provisória assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que proíbe o funcionamento de casas de bingo em território nacional.
Em São Paulo foram três protestos durante a manhã e o começo da tarde, que reuniram, ao todo, 3.000 pessoas, de acordo com a Polícia Militar. Em Santos, a PM informou que de 350 a 400 pessoas compareceram à manifestação na praça Mauá, a principal do centro da cidade. Já em Porto Alegre, o movimento reuniu, segundo a polícia e a Força, cerca de 300 funcionários de bingo em frente ao Palácio Piratini, sede do governo estadual. Em Santa Catarina, houve protesto na cidade de Itajaí. Em Brasília, funcionários de bingos protestaram na Esplanada dos Ministérios. Todas as manifestações tiveram a coordenação da Força Sindical.
Em São Paulo, os funcionários usaram cartazes com dizeres como "Fome zero ou emprego zero?" e "Somos trabalhadores e não contraventores". Faixas também lembravam a promessa de campanha de Lula de criar 10 milhões de empregos, e, ao mesmo tempo, atacavam a medida que, segundo levantamentos de sindicatos e associações de bingo, vai acabar com cerca de 320 mil empregos em todo o país.
Nas manifestações da capital paulista, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, que é pré-candidato à prefeitura da cidade, acusou o governo Lula de utilizar a polêmica do fechamento das casas para desviar a atenção do caso Waldomiro.
A assessoria de imprensa do Ministério da Justiça, porta-voz do governo no assunto, não quis comentar as declarações.
Ontem, a Aberj (Associação de Bingos do Rio de Janeiro) decidiu manter por 30 dias o emprego dos 6.000 funcionários que trabalham nas 39 casas de jogos do Estado. Já em Minas Gerais, o Sindicato das Empresas Administradoras de Bingo divulgou um comunicado no qual afirma que os donos de bingos no Estado decidiram demitir 7.500 pessoas.
Sobre o envolvimento da Força Sindical no caso, a Central Única dos Trabalhadores disse ver "oportunismo". "Há um certo oportunismo em misturar a defesa do emprego com interesses eleitorais", disse Antonio Spis, secretário de Comunicação da CUT.

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