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Empresa se preocupava com "dano à imagem"
DE NOVA YORK
Preocupação com processos e
pendências legais que causem
"danos à reputação" da GTech
dos EUA eram mencionados a
acionistas das empresas antes da
eclosão do escândalo envolvendo
a subsidiária brasileira, o empresário do jogo Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e
Waldomiro Diniz, ex-assessor de
José Dirceu (Casa Civil).
Em comunicado divulgado para investidores no final de janeiro
deste ano, a companhia anuncia
que está envolvida "em uma série
de processos legais" que podem
trazer prejuízos financeiros à empresa e comprometer o desempenho financeiro em 2004.
O anúncio foi registrado na SEC
(Securities and Exchange Commission) -órgão dos EUA que
regulamenta o mercado financeiro. O comunicado não cita quais
são as pendências legais da GTech
nas suas operações domésticas e
mundiais, mas seu relatório
anual, também divulgado aos
acionistas, revela detalhes, como
um imbróglio judicial entre o Serlopar (Serviço de Loteria do Estado do Paraná) e a GTech do Brasil.
Segundo o relatório, em abril de
2002, o Serlopar entrou com um
processo contra a GTech e a
Dreamport do Brasil (empresa do
setor de videoloterias), pois as
duas não cumpriram contrato de
1997. A GTech e a Dreamport só
instalaram 450 terminais de videoloteria dos mil previstos e cobraram a mais pelo serviço, segundo o governo paranaense. O
documento não fala do posicionamento da GTech sobre o caso.
A preocupação com arranhões
da imagem no Brasil é justificada
pelo peso que as operações no
país têm na receita total da GTech.
No ano fiscal de 2003, o faturamento total da companhia atingiu
US$ 978,8 milhões -10% disso
obtidos na subsidiária brasileira.
A Embaixada dos EUA no Brasil
disse ontem ser prática comum
que as missões diplomáticas do
país intercedam em favor de empresas americanas no exterior.
A embaixadora dos EUA, Donna Hrinak, recebeu carta do deputado republicano Patrick Kennedy, em setembro de 2002, pedindo que auxiliasse nas negociações entre a GTech e a Caixa Econômica Federal. A correspondência, segundo reportagem do jornal "O Globo", foi encaminhada
ao então ministro da Casa Civil no
governo FHC, Pedro Parente, e
depois à CEF.
Procurada pela Folha, a GTech
não comentou os relatórios. Em
nota, confirmou ter recebido proposta de negócio de Cachoeira.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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