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São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 2003
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PREVIDÊNCIA Presidente do PT diz que a acusação é "infundada" e que manifestantes, contrários ao PL-9, estão "sem informações" Servidor chama Genoino de "pelego e traidor"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O presidente nacional do PT, José Genoino, foi vaiado e chamado de "pelego" e "traidor" ontem por servidores que faziam protesto contra o PL-9 -projeto que iguala o teto de aposentadoria para os novos servidores ao do regime privado. O incidente ocorreu na porta de uma reunião da bancada de deputados federais do PT ocorrida na Câmara. Ao passar por duas vezes por uma espécie de "corredor polonês" formado pelos servidores públicos, o petista apressou o passo e chegou a bater boca com alguns dos manifestantes. "Isto é uma agressão infundada, essas pessoas estão sem informações e eu não vou bater boca com este tipo de gente", afirmou o petista. O PL-9, que também prevê a criação, pelos Estados, de fundos de previdência complementar, é de autoria do governo Fernando Henrique Cardoso e conta com o empenho do Planalto para a sua aprovação. A aprovação do projeto é um dos pilares da reforma da Previdência e foi incluído pelo governo federal na carta de intenções com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Greve Por causa do projeto, a CNESF (Coordenação Nacional de Entidades de Servidores Federais) -fórum que reúne 11 entidades sindicais no país- marcou para o próximo dia 8 de abril um dia de paralisação. A greve de 24 horas, segundo os sindicalistas, será uma advertência para o governo. A manifestação de ontem no Congresso contava com cerca de cem representantes de sindicados do funcionalismo federal, estaduais e municipais. Os manifestantes se aglomeraram no início da tarde em frente ao centro cultural da Câmara dos Deputados, onde o PT discutia a posição da bancada a ser tomada em relação ao projeto que facilita a discussão sobre a autonomia do Banco Central. "Estamos governando para 170 milhões de pessoas, a maioria dos servidores não tem essa visão", completou Genoino. Em janeiro, durante o Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre, o petista foi atingido por uma torta no rosto atirada por uma ativista contrária à condução da política econômica do governo. Sob gritos de ordem do tipo "PL-9 não, Previdência pública, sim", os servidores que se manifestaram ontem exigiam ser recebidos pela liderança petista. O protesto tinha a intermediação dos deputados Lindberg Farias (PT-RJ) e Luciana Genro (PT-RS), membros de alas radicais do PT. "Façam bastante barulho para que eles escutem lá dentro", dizia Luciana Genro à liderança da manifestação. Em determinado momento, o deputado Nelson Pellegrino (BA), líder da bancada petista, saiu para falar com os servidores e se comprometeu a recebê-los após o término da reunião. (RANIER BRAGON) Texto Anterior: Janio de Freitas: A guerra das TVs Próximo Texto: Déficit do INSS tem crescimento real de 14,1% em relação a 2002 Índice |
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