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Déficit do INSS tem crescimento real de 14,1% em relação a 2002
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O déficit do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) apresentou um crescimento real - descontada a inflação- de 14,1% nos
primeiros dois meses do ano em
relação ao mesmo período do ano
passado. O saldo negativo acumulado no bimestre foi de R$ 2,82
bilhões.
Segundo o secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer,
a redução da massa salarial dos
trabalhadores afetou negativamente a arrecadação do INSS no
período. Isso porque a contribuição previdenciária incide sobre a
folha de pagamento.
"Embora tenha ocorrido um
aumento do emprego formal
[com carteira assinada], a queda
na renda do trabalhador foi mais
forte, reduzindo a massa salarial",
explicou o secretário.
Apesar do aumento do déficit
acumulado no ano, o déficit do
mês de fevereiro -R$ 1,055 bilhão- foi 40,2% menor, em termos reais, do que o de janeiro.
Com relação a fevereiro de 2002, a
redução ficou em 16,3%.
Schwarzer informou que a redução do rombo em fevereiro
comparado com o de janeiro tem
dois motivos: um aumento de
10,3% na arrecadação líquida do
INSS e uma pequena queda nas
despesas com pagamento de benefícios previdenciários (1,9%).
O principal motivo para a melhora na receita foi a boa performance do INSS na recuperação de
créditos. Além disso, a transferência de contribuições da Previdência para o Sistema S (instituições
como Sesc, Senai, e Sesi) foi menor em fevereiro.
Efeito greve
Na comparação com o mesmo
mês do ano passado, a queda no
déficit é explicada, principalmente, pelo "efeito greve". No segundo semestre de 2001, os servidores
do INSS entraram em greve, provocando o represamento na concessão de benefícios.
Com o fim da greve, em novembro de 2001, os benefícios represados começaram a ser liberados
nos meses seguintes. Isso elevou
as despesas do INSS com o pagamento de benefícios atrasados. O
resultado foi um aumento significativo no gasto com benefícios no
início de 2002.
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