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OUTRO LADO
Deputado alega "critérios técnicos" para barrar quebra
DA REPORTAGEM LOCAL
O deputado federal José
Mentor (PT-SP), relator da CPI
do Banestado, alegou ontem
que seguiu "critérios técnicos"
para tentar impedir a quebra
do sigilo bancário do empresário Antônio Celso Cipriani, ex-presidente da Transbrasil.
Mentor disse ter adotado o
mesmo procedimento em relação ao ex-prefeito de São Paulo
Celso Pitta.
Pitta não figurava entre as
pessoas que teriam sido beneficiadas com recursos da Beacon
Hill nem tinha seu nome na base de dados da Polícia Federal
sobre as operações do Banestado (Banco do Estado do Paraná). Ele foi denunciado pela ex-mulher, Nicéa Camargo.
O relator alegou não ver motivos suficientes para intensificar a investigação sobre Cipriani. "A relatoria não pinça nomes", declarou.
Durante a sessão do último
dia 17, em que pediu o sobrestamento da questão do sigilo
bancário de Cipriani, o relator
alegou: "Sobrestamento não
fui eu quem inventou. Sobrestamento é um procedimento
normal onde, ao indeferir para
ter que reapreciar futuramente
e arquivar por indeferimento
um requerimento, há a possibilidade daquele ser aproveitado
no momento oportuno, no
momento adequado".
Procurados pessoalmente e
por telefone, no escritório de
advocacia dos Jardins e em empresas, o empresário Antônio
Celso Cipriani e o advogado
Roberto Teixeira não foram localizados. Foram deixados recados com suas secretárias na
terça-feira e ontem, mas não
houve retorno.
Ministro do STJ
O ministro do STJ (Superior
Tribunal de Justiça) Fernando
Gonçalves, mencionado com
maior ênfase no depoimento
da ex-assessora da Transbrasil
Isabel Maria Miranda Rodrigues, confirmou que viajou para Colorado (Estados Unidos)
com passagens pagas por Cipriani. Ele e sua mulher foram
ver a formatura da filha do empresário, Melissa.
Gonçalves, contudo, afirmou
que nunca atuou em julgamento de processo que envolvesse a
Transbrasil ou Cipriani. O ministro disse que também viajou
em território nacional "algumas vezes" de cortesia. "Às vezes o Celso me encontrava e
convidava para ir no avião da
Transbrasil", disse o ministro.
Outro citado no depoimento
de Isabel, o líder do MST (Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra) José Rainha
Júnior afirmou nunca ter falado com Cipriani ou recebido
passagens aéreas gratuitas da
direção da Transbrasil.
(RUBENS VALENTE)
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