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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ HORA DAS CONCLUSÕES
Estratégia de atenuar situação de petistas irrita oposição e pode inviabilizar votação
Disputas na CPI dos Correios ameaçam o relatório final
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A estratégia da cúpula da CPI
dos Correios de atenuar a situação de caciques do PT no relatório
final, classificando-os como pessoas "próximas do indiciamento", ameaça a conclusão dos trabalhos da comissão: a oposição
não aceita o texto dessa forma. A
radicalização política pode inviabilizar a votação do documento.
Nessa categoria intermediária
estariam os ex-ministros José Dirceu (Casa Civil) e Luiz Gushiken
(Comunicação de Governo), o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira e os deputados acusados de
envolvimento no "mensalão".
A alegação dos governistas, que
estaria sendo aceita pelo presidente da CPI, senador Delcídio
Amaral (PT-MS), e pelo relator,
deputado Osmar Serraglio
(PMDB-PR), é de que, apesar das
suspeitas de envolvimento dessas
pessoas em irregularidades, não
há provas. Dessa forma, não há
embasamento técnico-jurídico
para pedir esses indiciamentos.
O caminho, então, seria relatar
os fatos e pedir que o Ministério
Público analise a conduta dessas
pessoas, tipificando os supostos
crimes cometidos por elas.
"A função da CPI não é a de oferecer provas cabais, até porque os
indiciamentos são apenas sugestões. Essa discussão é descabida, o
PT quer é desidratar o relatório",
afirmou o sub-relator de fundos
de pensão, deputado Antonio
Carlos Magalhães Neto (PFL-BA).
Serraglio está sendo pressionado pelo Planalto, por petistas que
integram a CPI, por acusados de
envolvimento no "mensalão" e
pela ala governista do PMDB. O
deputado quer ser vice do governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), na campanha à
reeleição no Estado.
Hoje será fechada a versão final
do relatório. A apresentação está
prevista para amanhã.
Apesar da contrariedade da base aliada, Serraglio pretende manter no texto que o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva teria sido informado do esquema do "mensalão" pelo deputado cassado Roberto Jefferson (PTB).
A citação deve ser feita quando
Serraglio explicar como a CPI
passou a investigar Marcos Valério de Souza. Serraglio pretende
contestar as afirmações do presidente e dos acusados de envolvimento de que nada sabiam.
O relator também deve manter
a caracterização de que os saques
feitos por deputados nas contas
de Valério serviram como compra de apoio parlamentar.
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