São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 2006

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MINISTÉRIO PÚBLICO

Atual ocupante do cargo teve vantagem de 398 votos sobre 2º colocado; Alckmin decidirá com base em lista tríplice

Pinho vence votação para procurador-geral

DA REPORTAGEM LOCAL

Com 398 votos de vantagem, o procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Rodrigo César Rebello Pinho, foi o mais votado pelos promotores e procuradores para chefiar o Ministério Público de São Paulo no próximo biênio. "Foi a aprovação do meu trabalho", afirmou Pinho.
A eleição ocorreu no sábado e a apuração terminou às 22h50 do mesmo dia.
Caberá agora ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) a decisão final. O tucano recebeu por volta das 23h30 de anteontem uma lista com os nomes dos três candidatos mais votados.
A lista é encabeçada por Pinho, que obteve 998 votos (20,6%). Em segundo e em terceiro lugar ficaram os adversários do atual procurador-geral: o ex-diretor da Escola Superior do MP Luís Daniel Cintra e o ex-corregedor Carlos Henrique Mund, com 600 e 413 votos, respectivamente. O procurador René de Carvalho teve 255 votos e ficou de fora.
Alckmin disse que, antes de renunciar ao cargo na próxima quinta-feira para disputar a Presidência da República, irá indicar o novo procurador-geral.
Pela tradição, o escolhido é o candidato mais votado. Porém, essa regra foi quebrada pelo então governador Mário Covas quando, em 1996, nomeou o segundo da lista, Luiz Antonio Marrey, que havia sido derrotado nas urnas por 219 votos.
O secretário da Segurança Público de Alckmin e promotor afastado, Saulo de Castro Abreu, que tem sérias divergências com Pinho, tem se articulado para que Alckmin repita o gesto de Covas. O fato de a diferença de votos ter sido a maior já registrada numa eleição no órgão, contudo, diminuiu as expectativas dos oposicionistas de que isso ocorra.
Em 2004, Pinho venceu com 205 votos a mais em relação ao segundo colocado. Anteontem, a diferença foi de 398 votos.
Coube ao secretário, anteontem, a tarefa de agendar um breve encontro na ala residencial do Palácio dos Bandeirantes entre o governador e o procurador Fernando José Marques, que chefiou o Ministério Público durante a eleição. Marques, que faz parte do grupo de oposição a Pinho, entregou a lista tríplice ao tucano.
O procurador-geral, além de administrar o órgão, tem atribuição constitucional de investigar corrupção e improbidade envolvendo deputados, secretários estaduais, prefeitos e o governador.

"Aprovação"
Para Pinho, o resultado da eleição comprova que a gestão dele foi aprovada pelos colegas. "É o reconhecimento do nosso trabalho. Ainda há muito a ser feito."
O mandato de Pinho termina amanhã, o que poderá gerar uma confusão na cúpula do órgão. Se Alckmin não nomear até amanhã, Pinho sai e Marques volta provisoriamente até a decisão final.
Pinho afirmou que, entre as metas desejadas por ele para o próximo biênio, estão: aproximar a instituição da sociedade, minimizar as divergências políticas internas e melhorar a estrutura de trabalho dos promotores.


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