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Presidente culpa Congresso por não
adotar a cobrança progressiva do IR
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao prometer aos metalúrgicos
uma resposta à questão da correção da tabela do Imposto de Renda, o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva culpou o Congresso por
não conseguir implementar a
progressividade do tributo.
"Nós temos que compreender
que as coisas não são tão fáceis,
porque, quando a gente manda
um projeto de lei para o Senado,
pedindo para aumentar a alíquota
de quem ganha muito, para pagarem mais do que 27,5%, não tem
respaldo", disse.
Para uma platéia de cerca de
4.000 metalúrgicos, Lula disse esperar dar uma "boa notícia" a eles
até a próxima sexta-feira, data em
que está programada uma manifestação a favor da correção.
"Até quarta-feira [amanhã] eu
vou tomar uma decisão sobre o
salário mínimo e espero tomar
uma decisão sobre a questão da
alíquota do Imposto de Renda",
disse o presidente em visita a uma
fábrica no ABC paulista. Ele não
declarou se atenderá ao pleito de
correção na tabela nem se dará
aumento real ao mínimo.
"Mas, se eu não conseguir [dar a
boa notícia], é bom vocês andarem, porque estou vendo muito
companheiro com a barriga grande aí. Andar um pouco não faz
mal a ninguém."
Lula disse ainda que a frase "salário não é renda" foi dita por ele
"a vida inteira". Afirmou ser necessária "uma política justa" do
IR, hoje "uma forma injusta de taxar a parte da sociedade que vive
de salário". Desde 96, a tabela só
teve uma correção, de 17,5% em
2002. Ficou congelada em 2003.
O presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos, José Lopez Feijóo,
cobrou as mudanças no IR como
uma das bandeiras defendidas
pelo petista. Questionado sobre o
fato de a cobrança pública ao presidente o colocar numa "saia justa", respondeu: "Para deixá-lo em
saia justa, é preciso ser mágico".
Minutos antes, Lula dissera:
"Esse negócio do IR é uma inquietação que temos há muito tempo
na nossa vida no sindicato".
O presidente disse que o problema do aumento no salário mínimo é o impacto na Previdência.
Lula pretendia subir para R$ 270 e
R$ 275 (hoje está em R$ 240), mas
a equipe econômica considera o
valor fiscalmente perigoso.
Segundo Lula, o governo terá de
pagar ainda neste ano R$ 12,4 bilhões referentes à correção de
pensões e aposentadorias não
realizada durante a implantação
da URV (Unidade Real de Valor),
na administração de Itamar Franco. "A gente agora vai ter de se virar para encontrar um jeito de pagar, porque é decisão judicial."
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