DA REPORTAGEM LOCAL

Ao fazer um balanço de seu governo, recheado de promessas, para metalúrgicos do ABC paulista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que as Forças Armadas brasileiras devem chamar neste ano 100 mil recrutas, e não apenas 50 mil, como havia sido planejado anteriormente.
Além disso, o presidente disse ter pedido ao Ministério da Defesa para analisar a possibilidade de outros 100 mil jovens poderem trabalhar por um certo tempo na estrutura das Forças Armadas para "aprender uma profissão".
"Eu não estou preocupado apenas com a formação profissional. Estou preocupado, também, com a formação do homem, porque hoje há um processo de desagregação familiar conduzido pela pobreza", declarou Lula.
De acordo com o presidente, o objetivo da medida é ajudar a evitar que os jovens dos centros urbanos caiam na criminalidade.
"O critério é pegar os nossos adolescentes nos grandes centros urbanos, onde o clima é mais tenso, onde o narcotráfico tem mais poder de influência e captação de jovens, para que eles possam servir um ano nas Forças Armadas", declarou o presidente em visita à fábrica da Daimler-Chrysler.
Lula, que estava acompanhado do ministro da Defesa, José Viegas, não deu detalhes de como será essa seleção. Apenas disse que pretende divulgá-los amanhã.
Segundo o presidente, no entanto, os novos recrutas servirão de uma "forma diferente, em que, ao mesmo tempo em que prestem o serviço militar, aprendam uma profissão para que saiam das Forças Armadas já com a possibilidade de ter um emprego".
O presidente disse que, dessa forma, pretende que "as crianças aprendam um pouco de civismo, um pouco de respeito hierárquico pelos seus pais e a gostar do país".
"É uma tarefa infinitamente difícil. Já compreende a importância dela quem tem um filho de 18 anos, em casa, desempregado, em frente da TV o dia inteiro." (JD)


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