Ex-presidente do Banco Central é solto à noite depois de pagar fiança

Decisões dos senadores atingem mulher e os ex-sócios na Macrométrica

da Sucursal de Brasília


O ex-presidente do Banco Central Francisco Lopes foi preso ontem em flagrante pela Polícia Federal ao se recusar a assinar documento atestando que falaria a verdade ao prestar depoimento à CPI dos Bancos no Senado. Detido sob acusação de desobediência e desacato a autoridades, ele foi solto na noite de ontem, depois de pagar fiança de R$ 300.
Os senadores se irritaram com o que classificaram de "esperteza jurídica" dos advogados de Lopes. Ele não queria depor como testemunha, mas como acusado. Como testemunha, não poderia mentir, o que caracterizaria crime. Como acusado, não correria esse risco.
A CPI também decidiu quebrar os sigilos bancário, fiscal e telefônico do ex-presidente do BC e de seus ex-sócios na consultoria Macrométrica. Seus bens foram bloqueados.
Em nota, o presidente Fernando Henrique Cardoso, defensor de Lopes até a semana passada, criticou o ex-presidente do BC. O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que esteve presente à sessão, disse que a atitude de Lopes "foi um procedimento de culpado".


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