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COMANDO
Presidente do Congresso disse que Senado não seria desmoralizado no episódio
ACM diz que Lopes fez haraquiri
da Sucursal de Brasília
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),
assumiu uma espécie de comando paralelo da sessão que culminou na prisão de Francisco Lopes
e disse que o Senado não seria
desmoralizado no episódio. Ele
chamou de "moleque" um dos
advogados do ex-presidente do
Banco Central.
ACM já havia comparecido a
sessões da CPI dos Bancos, mas
dessa vez não quis ficar na mesa
da presidência, como fez no depoimento do presidente do BC,
Armínio Fraga. Dessa forma,evitou sentar-se ao lado de Lopes.
Mesmo do plenário, ACM se
fez presente na sessão e influenciou os trabalhos do presidente
da CPI, Bello Parga (PFL-MA).
Ele impediu que Parga suspendesse a sessão durante cinco minutos para analisar a situação
que Lopes criou ao não aceitar
depor como testemunha.
"De jeito nenhum", disse ACM,
fazendo sinal de negativo com o
indicador para o presidente da
CPI. Parga hesitou por alguns segundos, mas voltou atrás na decisão de suspender a sessão.
Depois, ACM pediu a palavra
para aconselhar -em tom de
ameaça- Lopes a depor como
testemunha, com o compromisso de dizer apenas a verdade.
"Faço um apelo a Vossa Senhoria para tomar uma decisão mais
concedânea (sic) com o momento em que estamos vivendo. Do
contrário, Vossa Senhoria vai
prestar um desserviço ao povo e
a Vossa Senhoria também."
ACM disse que, se Lopes tomasse decisões para tumultuar o
processo de investigação, ele só
iria ser prejudicado.
Depois de a prisão de Lopes ter
sido decretada, ACM irritou-se
com o advogado do ex-presidente do BC, Luiz Guilherme Vieira,
chamando-o de "moleque" e batendo na mesa. "Tire esse moleque daqui", disse à segurança.
O advogado irritou ACM ao
tentar falar assim que foi decretada a prisão de Lopes. Parga negou a palavra ao advogado e
ACM mandou que ele fosse retirado do plenário.
Mais tarde, Vieira queixou-se
ao relator da CPI, João Alberto
(PMDB-MA), por ter sido chamado de "moleque" por ACM.
"Não saí de lá (do plenário) por
minha livre e espontânea vontade. Saí de lá expulso, arrancado
como se não fosse um advogado", disse Viera.
O advogado disse que tinha direito de ficar sentado ao lado de
seu cliente. "(Lopes) não teve sequer o direito de ter ao seu lado,
como quer a lei, o seu advogado.
Isso nem na época das trevas,
nem na época da ditadura aconteceu."
Depois da sessão, ACM foi irônico com a negativa de Lopes em
depor. "Quando tomou essa decisão, ele fez o haraquiri."
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