UOL

São Paulo, terça-feira, 27 de maio de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CONFLITO DE GERAÇÕES

"Ela está certa, admiramos a posição dela", diz avô da deputada

Pais de Tarso defendem Luciana

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Adelmo e Elly Genro, ambos com 81 anos, pais do secretário de Desenvolvimento Econômico e Social, Tarso Genro, defendem as manifestações "radicais" de sua neta, a deputada federal Luciana Genro (PT-RS).
Elly chega a definir uma eventual expulsão de Luciana como "fascista". As posições da filha do ministro Tarso Genro contrariam as diretrizes do governo Lula na reforma previdenciária.
"Está tudo muito certo. É a coerência. O gaúcho diz que o fio de bigode vale mais do que o papel escrito. É a palavra da pessoa. Ela está certa. Admiramos a posição dela. É uma posição que se justifica politicamente", diz Adelmo, que é filiado ao PSB e militou no velho PTB (1945-65).
"A Luciana sempre foi muito firme em suas posições. Ela tem as razões dela. Tudo o que está sendo feito agora pelo governo poderia ter sido discutido antes", diz Elly, filiada ao PT, assim como seus filhos, mas crítica da maneira como o partido trata sua neta: "É muito agressiva a posição do partido. A mim me preocupa muito o caso da Luciana. Parece-me meio fascista essa coisa de expulsão", afirma.
Afinados em suas opiniões, os dois defendem também a atuação de seu filho na Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Social e a estratégia do governo. Segundo Adelmo, que já havia se manifestado em crônicas para jornais locais, "uma transformação social não se faz de uma hora para a outra". Elly entende que a reforma previdenciária tem de ser feita, "porque a Previdência está quebrada".
Dizendo estar convencido de que haverá um acerto entre o partido e seus "radicais", que evitará a expulsão da sua neta, Adelmo pede a Tarso e Luciana para evitarem que as divergências políticas atinjam o relacionamento pessoal: "Nossa família nunca sofreu cisões por causa de política. Um e outro devem contemporizar as atitudes ideológicas de cada um", diz.
"A gente sempre fala sobre isso. Para nós, não são novidade as divergências políticas na família. Minha origem, por exemplo, é da burguesia rural", conta Adelmo: "Meu pai nunca se interessou por política, e quando eu passei a atuar no PTB, meus irmãos me acompanharam".
"Posso assegurar que eles mantêm uma relação afetiva e familiar muito boa", diz Elly.


Texto Anterior: PMDB define hoje sua adesão ao governo Lula
Próximo Texto: Babá afirma que reforma não atinge banqueiro
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.