|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CONFLITO DE GERAÇÕES
"Ela está certa, admiramos a posição dela", diz avô da deputada
Pais de Tarso defendem Luciana
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Adelmo e Elly Genro, ambos
com 81 anos, pais do secretário
de Desenvolvimento Econômico e Social, Tarso Genro, defendem as manifestações "radicais" de sua neta, a deputada federal Luciana Genro (PT-RS).
Elly chega a definir uma eventual expulsão de Luciana como
"fascista". As posições da filha
do ministro Tarso Genro contrariam as diretrizes do governo
Lula na reforma previdenciária.
"Está tudo muito certo. É a
coerência. O gaúcho diz que o
fio de bigode vale mais do que o
papel escrito. É a palavra da pessoa. Ela está certa. Admiramos a
posição dela. É uma posição que
se justifica politicamente", diz
Adelmo, que é filiado ao PSB e
militou no velho PTB (1945-65).
"A Luciana sempre foi muito
firme em suas posições. Ela tem
as razões dela. Tudo o que está
sendo feito agora pelo governo
poderia ter sido discutido antes", diz Elly, filiada ao PT, assim
como seus filhos, mas crítica da
maneira como o partido trata
sua neta: "É muito agressiva a
posição do partido. A mim me
preocupa muito o caso da Luciana. Parece-me meio fascista
essa coisa de expulsão", afirma.
Afinados em suas opiniões, os
dois defendem também a atuação de seu filho na Secretaria de
Desenvolvimento Econômico e
Social e a estratégia do governo.
Segundo Adelmo, que já havia
se manifestado em crônicas para jornais locais, "uma transformação social não se faz de uma hora para a outra". Elly entende
que a reforma previdenciária
tem de ser feita, "porque a Previdência está quebrada".
Dizendo estar convencido de
que haverá um acerto entre o
partido e seus "radicais", que
evitará a expulsão da sua neta,
Adelmo pede a Tarso e Luciana
para evitarem que as divergências políticas atinjam o relacionamento pessoal: "Nossa família nunca sofreu cisões por causa de política. Um e outro devem contemporizar as atitudes
ideológicas de cada um", diz.
"A gente sempre fala sobre isso. Para nós, não são novidade
as divergências políticas na família. Minha origem, por exemplo, é da burguesia rural", conta Adelmo: "Meu pai nunca se interessou por política, e quando
eu passei a atuar no PTB, meus
irmãos me acompanharam".
"Posso assegurar que eles
mantêm uma relação afetiva e
familiar muito boa", diz Elly.
Texto Anterior: PMDB define hoje sua adesão ao governo Lula Próximo Texto: Babá afirma que reforma não atinge banqueiro Índice
|