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São Paulo, terça-feira, 27 de maio de 2003

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RECEITA ORTODOXA

Expressão foi usada por José Dirceu; ministro da Fazenda diz que governo está fazendo "ajuste severo"

Palocci afirma que houve ajuste, não "cavalo-de-pau"

DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, disse ontem no Rio que o governo está fazendo "um ajuste severo" na economia, mas que não chega a ser um "cavalo-de-pau".
Na última sexta-feira, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, afirmou durante seminário em São Paulo que as altas taxas de juros e de superávit primário e o corte de R$ 14 bilhões no Orçamento são medidas que "não realizam neste momento os nossos objetivos", mas que deram "um cavalo-de-pau" na economia. "Se nós não demos um cavalo-de-pau no país, demos um cavalo-de-pau na economia", disse.
Ontem, após relatar rapidamente os esforços que estão sendo feitos para conter os gastos públicos, Palocci foi menos enfático na contestação. "De fato, é um ajuste severo. Não sei se um cavalo-de-pau, mas um ajuste severo."
Palocci disse que não houve exagero nas declarações de Dirceu. "Não acredito que o ministro José Dirceu tenha exagerado. Aliás, em todos os pronunciamentos, desde o início do ano, o ministro tem sido um apoiador decisivo da política econômica."
O assessor especial da Presidência Frei Betto disse ontem, para justificar a política econômica do governo Lula, que o PT não pode "chutar o pau da barraca" e que está submetido a regras que ele não criou, estabelecidas pela "democracia burguesa".
As afirmações foram feitas durante fórum na capital paulista promovido pela Prefeitura de São Paulo e pela Universidade Federal de Minas Gerais. O tema era o Orçamento Participativo.
Frei Betto afirmou ainda que o PT não chegou ao "poder, mas ao governo". "O poder é algo muito mais forte", disse ele, que, como exemplo, citou o FMI.
Ao lado do secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci, Frei Betto defendeu Palocci. "Para conduzir esse transatlântico que é o Brasil é preciso paciência." Ao falar do país, Palocci tem usado a imagem do transatlântico, cuja rota não pode ser mudada bruscamente.
"O Palocci criou uma frase que eu tenho repetido: o Brasil é um navio, e em um navio a gente não dá cavalo-de-pau, cavalo-de-pau a gente dá em um fusquinha", disse o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva em março.


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