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São Paulo, terça-feira, 27 de maio de 2003

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Maioria aponta dólar como "vilão"

DA AGÊNCIA FOLHA

A desvalorização do real em relação ao dólar aparece como uma das principais justificativas dos Estados que ultrapassaram o limite de endividamento previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Em Minas Gerais, além da alta da moeda americana, que afeta 5% da dívida, o governo também cita a queda na receita estadual, especialmente por conta da redução do consumo de energia elétrica e combustíveis, para explicar a relação dívida/receita de 2,63.
A assessoria da Secretaria da Fazenda da Bahia informou que o aumento da dívida de R$ 1,71 bilhão para R$ 1,82 bilhão no penúltimo quadrimestre decorreu da valorização do dólar. Com a queda da moeda, a dívida já caiu para R$ 1,61 bilhão no primeiro quadrimestre do ano.
O governo do Maranhão também responsabilizou o dólar pelo crescimento da relação de sua dívida. "Temos muitas dívidas externas, e a desvalorização do real nos prejudicou muito. Para este ano o negócio é torcer para o real se manter na casa dos R$ 3 e a economia voltar a apresentar índices de crescimento", disse o gerente de Planejamento do Estado, Luciano Moreira.
O diretor de dívida pública de Santa Catarina, Gerson Berti, atribuiu o aumento da relação da dívida pública com a receita ao aporte de verbas feito ao programa de saneamento do Besc (Banco do Estado de Santa Catarina).
Houve ainda um aumento de 26,41% no IGP-DI -usado para corrigir cerca de 60% da dívida de Santa Catarina financiada junto à União. Para Berti, a tendência é de queda a partir de agora, devido ao aumento da receita do Estado e do arrefecimento da inflação.
O secretário da Fazenda de Alagoas, Sérgio Dória, disse que somente uma mudança de índice de correção poderia trazer um alívio no quadro atual. "O IGP-DI tem sido perverso. Há um crescimento da dívida em todos os Estados."
A Secretaria da Fazenda de Goiás informou que o aumento de 2,81 para 2,85 na relação dívida/receita ocorreu por alterações no cronograma de pagamento dos servidores. A folha passou a ser coberta no mês corrente, e o 13º passou a ser pago no mês de aniversário dos funcionários.
O secretário da Fazenda do Rio Grande do Sul, Paulo Michelucci, não foi localizado para comentar o endividamento do Estado.


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