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RECURSOS PÚBLICOS
Após primeiro desbloqueio do ano, de R$ 1,5 bi, Transportes vai receber maior fatia para conservar rodovias
Governo libera verba para obras e segurança
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No primeiro desbloqueio de recursos do ano, o governo federal
autorizou os ministérios a gastarem a partir de hoje R$ 1,5 bilhão
dos R$ 14,1 bilhões cortados do
Orçamento em fevereiro. As áreas
de infra-estrutura e segurança foram as mais beneficiadas com a liberação de dinheiro.
O Ministério dos Transportes recebeu a maior parcela dos recursos: R$ 390 milhões. Há duas semanas, o ministro Anderson
Adauto (Transportes) esteve reunido com a equipe econômica para pedir verbas. Na ocasião, chegou a reivindicar R$ 873 milhões.
"A infra-estrutura do país está muito deteriorada, o que prejudica a atividade econômica e social.
Qualquer estrada por esse Brasil está em lamentável estado de conservação. São grandes buracos, que põem em risco a vida das pessoas e dificultam o aumento das
exportações", disse o ministro do Planejamento, Guido Mantega.
Com o descontingenciamento, destacou o ministro, a pasta dos
Transportes terá R$ 1,7 bilhão neste ano para manutenção de estradas e investimento em projetos. "Esse é um problema [má
conservação das estradas] que foi
criado pela falta de investimento
em infra-estrutura nos últimos
dez anos", disse o ministro.
Ainda na infra-estrutura, os ministérios da Integração Nacional e
das Cidades foram contemplados
com R$ 50 milhões e R$ 92 milhões, respectivamente. "A distribuição dos recursos foi feita seguindo orientação do presidente da República", comentou.
Para segurança, quase a totalidade dos recursos liberados foi
para as Forças Armadas. Dos R$ 250 milhões desbloqueados, os
comandos militares ficarão com R$ 225 milhões. A liberação atende a um pedido dos próprios comandantes que, em cerimônia no
Planalto há 15 dias, reclamaram ao presidente a falta de verba.
O restante do dinheiro para segurança irá para o Ministério da
Justiça. De acordo com Mantega,
a maior parte da liberação foi concentrada na Defesa, pois o ministério está com poucos recursos.
"É preciso verba para manutenção e reaparelhamento."
Mantega explicou que o descontingenciamento foi possível
porque o governo, ao reprojetar
sua arrecadação para este ano,
elevou suas projeções de receita
em R$ 5,6 bilhões. Desse total, no
entanto, R$ 2,2 bilhões são relativos a transferências obrigatórias
para Estados e municípios.
Outro R$ 1,9 bilhão vai para a
Previdência Social para custear o
aumento do salário mínimo para
R$ 240 e a elevação nos gastos
com funcionários. Para os ministérios, foi destinado R$ 1,5 bilhão.
Ele lembrou que nessa conta estão mais recursos para subsídios
dados pelo governo, principalmente, para o setor agrícola.
O ministro disse que a execução
de recursos pelos ministérios está
ocorrendo, em média, em ritmo
mais acelerado que no mesmo período do governo Fernando Henrique Cardoso. Nos primeiros quatro meses deste ano, a execução chega a 23% dos recursos liberados. No ano passado, segundo Mantega, ficou em 19%.
Mantega afirmou ainda que o nível de execução orçamentária
depende do tipo de atividade exercida pelo ministério. Naqueles com perfil de gasto em atividade e custeio, como a Previdência e
a Saúde, o ritmo é mais acelerado.
Nos que fazem muitos projetos, a
execução é lenta no início do ano
e se acelera no segundo semestre.
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