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CASO SILVEIRINHA
Fiscais e auditores teriam métodos de ação diferentes, mas haveria coordenação entre os dois grupos
32 são denunciados por suspeitas de corrupção no Rio
FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO
O Ministério Público Federal
denunciou ontem 32 pessoas suspeitas de envolvimento com o
"propinoduto", suposto esquema
de corrupção na Fazenda estadual
do Rio. Doze fiscais estaduais e
auditores federais são suspeitos
de enviar ilegalmente pelo menos
US$ 33,4 milhões para contas no
banco suíço DBTC (Discount
Bank and Trust Company, hoje
Union Bancaire Privée).
Os fiscais e auditores -entre
eles Rodrigo Silveirinha Corrêa,
ex-subsecretário de Administração Tributária no governo de Anthony Garotinho (PSB)- foram
denunciados por crimes como
concussão, lavagem de dinheiro,
falsidade ideológica e crimes contra o sistema financeiro e a ordem
tributária. Oito fiscais e auditores
estão presos desde 15 de abril.
Também foram denunciados
por formação de quadrilha, falsidade ideológica, crime contra o
sistema financeiro e lavagem de
dinheiro os empresários Herry
Rosemberg e Ronaldo Adler, sócios da Coplac, sucursal do DBTC
no Rio, por onde teriam sido
abertas as contas. Foi denunciada
pelos mesmos crimes uma funcionária da Coplac.
Os empresários de futebol Reinaldo Pitta e Alexandre Martins
foram denunciados por sonegação fiscal, fraude na contabilidade, lavagem de dinheiro e auxílio
em manutenção de conta no exterior. Segundo o Ministério Público, eles teriam enviado à Suíça
parte do dinheiro dos fiscais e auditores. Cinco funcionários deles
também foram denunciados.
O procurador Gino Liccione
disse que há vários indícios de que
o dinheiro passava por Pitta e
Martins antes de chegar às contas
dos fiscais, como ordem de pagamento e transferências bancárias
entre contas no exterior.
O procurador afirmou que os
fiscais tinham uma técnica de
ação conjunta. O fiscal Rômulo
Gonçalves fazia o contato com a
empresa e intensificava a fiscalização. A empresa era multada e a
redução da multa era negociada
mediante pagamento de propina.
Silveirinha, Carlos Eduardo Pereira Ramos e Lúcio Picanço seriam os idealizadores do esquema. Depois que a empresa pagava
a propina, Silveirinha conseguia
cancelar parte das multas.
Segundo a denúncia, o fiscal Júlio César Nogueira, irmão do auditor Amauri Franklin Nogueira
Filho, atuava como apoio e ligação com o grupo de auditores. Os
auditores, embora usassem o
mesmo método de envio de dinheiro ao exterior, faziam suas
fiscalizações de forma mais ""autônoma", conforme a denúncia.
O lobista Romeu Sufan, que disse ter cobrado propina de US$ 2
milhões em nome de fiscais, foi
denunciado por extorsão.
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