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Pimenta da Veiga diz que "CPI é show"
FÁBIA PRATES
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O ministro das Comunicações,
Pimenta da Veiga, disse ontem, em
Belo Horizonte, que o diálogo entre o presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-presidente do
BNDES André Lara Resende, por
ocasião do leilão da Telebrás -julho de 98- não sustenta a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que, segundo ele, é ""show" e impede o crescimento do país.
""O país não pode ficar submetido a epidemias das CPIs. É para
quem quer fazer show. O Brasil
não vai se dedicar agora a ser um
grande tribunal de inquisição",
disse, em entrevista, após participar da inauguração de uma agência dos Correios.
O ministro evitou falar sobre as
gravações publicadas pela Folha
anteontem, nas quais FHC autoriza o uso de seu nome para favorecer o Opportunity no leilão.
Pimenta da Veiga insistiu em dizer que a interpretação da conversa é outra, que as denúncias contra
FHC não têm substância, mas se
negou a analisar as intervenções
do presidente na conversa.
""Eu não tenho que explicar a minha opinião. Se você quer examinar o texto, é um direito que você
tem. É um direito meu não interpretar", disse à Agência Folha.
Segundo ele, a revelação das fitas
é uma ação orquestrada ""que virá
em capítulos" para que o país não
cresça. ""Querem fazer disso uma
novela, mas não tem fundamento.
Certamente virão outros atos futuros. O presidente é um homem
correto. No mais é um pouco de
vaidade de alguns e irresponsabilidade de outros. Não passa disso."
Para o ministro, o que havia no
diálogo era a intenção do presidente de melhorar a competitividade do leilão. ""Não há nenhuma
ilegalidade nisso. Foi um ato normal de administração. O presidente, que é um homem cuja história
não indica nenhum desvio, não deve ser tratado desse modo", disse.
Crescimento
Em palestra para prefeitos mineiros, o ministro fez um discurso
otimista, insistindo que a estabilidade econômica está cada vez mais
forte e que o país está ""galgando" o
patamar do crescimento.
""Não há de ser a visão míope de
alguns, a ação perniciosa de outros, a decisão de alguns de importunar o Brasil em quebrar essa rota
de modernização que nos impedirá de passar para esse outro tempo,
um tempo de mais desenvolvimento social", disse aos prefeitos.
Segundo o ministro, a divulgação não vai alterar o apoio dos partidos que compõem a base aliada
do governo. ""Não há problema.
Todos os partidos aliados saíram
em pronta defesa do presidente."
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