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INVESTIGAÇÃO
Dinheiro teria acabado na Suíça
Conta de juiz recebeu R$ 780 mil, diz CPI
WILSON SILVEIRA
FLÁVIA DE LEON
da Sucursal de Brasília
A CPI do Judiciário constatou
que foram depositados R$
780 mil em uma
das contas do
juiz Nicolau dos
Santos Neto, ex-presidente do Tribunal Regional
do Trabalho de São Paulo, no período de 1992 a 1997.
A CPI somou apenas os depósitos superiores a R$ 1.000. Havia
centenas de outros depósitos de
valores inferiores, que foram desconsiderados. A soma dos salários
do juiz nesse período (R$ 6.000 por
mês) totaliza R$ 390 mil.
A CPI aguarda as informações
sobre a conta de Santos Neto nas
Ilhas Cayman, que deverão chegar
em cinco dias, mas o resultado da
quebra do sigilo telefônico confirmou por antecedência uma suspeita: o dinheiro foi parar no Banco Santander da Suíça, pelo grande
número de ligações para lá.
O dinheiro ficava por pouco tempo na conta que Santos Neto mantinha no banco Santander das Ilhas
Cayman, segundo a CPI. Ele retirou todo o dinheiro dessa conta
em março de 98, quando começou
a ser investigado pelo Ministério
Público, e deixou um saldo negativo de R$ 21 mil, que nunca cobriu.
A quebra do sigilo telefônico, segundo a CPI, confirma todas as outras informações de que a comissão dispunha sobre as atividades
de Santos Neto nos EUA, como a
compra de um apartamento de
US$ 800 mil em Miami.
A Folha apurou ontem que são
490 os telefonemas feitos ao empresário e senador Luiz Estevão
(PMDB-DF), dono do Grupo OK,
pelo empresário Fábio Monteiro
de Barros entre 1994 e 1998.
Monteiro de Barros é dono da Incal Incorporações e da Ikal Construções, que ganharam a construção do Fórum Trabalhista de São
Paulo sem participar da licitação.
Estevão afirmou que na época
em que recebeu os telefonemas
não era senador e que não tinha influência na liberação de verbas.
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