São Paulo, Quinta-feira, 27 de Maio de 1999
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INVESTIGAÇÃO
Dinheiro teria acabado na Suíça
Conta de juiz recebeu R$ 780 mil, diz CPI

WILSON SILVEIRA
FLÁVIA DE LEON
da Sucursal de Brasília


A CPI do Judiciário constatou que foram depositados R$ 780 mil em uma das contas do juiz Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, no período de 1992 a 1997.
A CPI somou apenas os depósitos superiores a R$ 1.000. Havia centenas de outros depósitos de valores inferiores, que foram desconsiderados. A soma dos salários do juiz nesse período (R$ 6.000 por mês) totaliza R$ 390 mil.
A CPI aguarda as informações sobre a conta de Santos Neto nas Ilhas Cayman, que deverão chegar em cinco dias, mas o resultado da quebra do sigilo telefônico confirmou por antecedência uma suspeita: o dinheiro foi parar no Banco Santander da Suíça, pelo grande número de ligações para lá.
O dinheiro ficava por pouco tempo na conta que Santos Neto mantinha no banco Santander das Ilhas Cayman, segundo a CPI. Ele retirou todo o dinheiro dessa conta em março de 98, quando começou a ser investigado pelo Ministério Público, e deixou um saldo negativo de R$ 21 mil, que nunca cobriu.
A quebra do sigilo telefônico, segundo a CPI, confirma todas as outras informações de que a comissão dispunha sobre as atividades de Santos Neto nos EUA, como a compra de um apartamento de US$ 800 mil em Miami.
A Folha apurou ontem que são 490 os telefonemas feitos ao empresário e senador Luiz Estevão (PMDB-DF), dono do Grupo OK, pelo empresário Fábio Monteiro de Barros entre 1994 e 1998.
Monteiro de Barros é dono da Incal Incorporações e da Ikal Construções, que ganharam a construção do Fórum Trabalhista de São Paulo sem participar da licitação.
Estevão afirmou que na época em que recebeu os telefonemas não era senador e que não tinha influência na liberação de verbas.


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