São Paulo, segunda, 27 de julho de 1998

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Espanha prioriza a Tele Centro Sul

do enviado especial ao Rio

A Telefónica de España elegeu a Tele Centro Sul e a Telesp, fixa e celular, como seus principais alvos no leilão de privatização do Sistema Telebrás. A compra da Tele Centro Sul faz parte da estratégia do grupo espanhol de assumir a condição de operador de telecomunicações do Mercosul.
Jose Manuel Masso, porta-voz da Telefónica, adota, porém, a tática do silêncio às vésperas do leilão: "Estamos num momento sensível. Não vamos falar de áreas preferidas ou de parceiros até quarta-feira", disse, ontem, no Rio de Janeiro.
A Telefónica confirma, no entanto, que o mercado brasileiro é sua prioridade número um na América Latina. A empresa espanhola participa do mercado de telecomunicações brasileiro desde janeiro de 1997, quando adquiriu 35% do capital com direito a voto da CRT (Companhia Riograndense de Telecomunicações), formando consórcio com a CTC (Companhia de Telecomunicaciones do Chile), Telefónica de Argentina e o grupo brasileiro RBS (Rede Brasil Sul de Comunicação).
Segundo Masso, a participação na CRT tem um grande interesse estratégico para o crescimento dos negócios do grupo no Mercosul.
Embora Masso evite abrir o jogo nesses dias que antecedem o leilão -"esperamos que o leilão aconteça"-, a compra da Tele Centro Sul cairia como uma luva nos planos de expansão da Telefónica no Mercosul.
O grupo espanhol, por meio de seu braço internacional, a Telefónica Internacional, participa, atualmente, da Telefónica de Argentina, Telefónica del Perú, Companhia de Telecomunicaciones de Chile, CRT (Brasil) e da Telefónica Larga Distancia de Puerto Rico. Tem também participações em empresas da Venezuela, EUA e Portugal.
O grupo Telefónica, que opera cerca de 28,7 milhões de linhas telefônicas fixas na Espanha e nos países em que está presente, teve um faturamento total de US$ 15,6 bilhões em 1997, dos quais 16,45% obtidos no exterior. O lucro líquido do grupo em 1997 foi de US$ 1,3 bilhões.
(ANTONIO CARLOS SEIDL)



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