ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local

Pela primeira vez, será realizado um curso extensivo, com três meses de duração, em que serão ensinados princípios básicos de direitos humanos e de abordagem de cidadãos a 360 instrutores da Polícia Militar de São Paulo.
O curso, idealizado no final do ano passado pela Ouvidoria da Polícia de São Paulo, em conjunto com a Diretoria de Ensino e Instrução da PM, será implantado na segunda quinzena de setembro.
As aulas serão dadas nas cinco escolas de formação de praças e oficiais da PM no Estado.
Atualmente, segundo o ouvidor Benedito Domingos Mariano, apenas a Academia do Barro Branco da PM, no Tucuruvi (zona norte de São Paulo), possui aulas de "direitos humanitários".
"Na verdade, esse curso é diferente do curso de direitos humanos. Direitos humanitários é um curso que se refere aos direitos civis fundamentais em períodos de guerra", afirmou Mariano.
"Acontece que a PM brasileira, que trata do policiamento ostensivo de um país democrático, precisa conhecer os princípios fundamentais dos direitos humanos."
Outra diferença é que o novo curso, além de se estender às cinco escolas da PM no Estado, será ministrado por pessoas não ligadas à PM. Normalmente, esse tipo de cursos é dado por oficiais.
"Devem dar palestras no novo curso a presidente do Condepe (Conselho Estadual de Defesa do Direitos da Pessoa Humana), Maria Ignês Bierrembach, o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, e o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Luiz Antônio Marrey, entre outros", disse Mariano.
Nova polícia
Segundo o ouvidor, "o objetivo do curso é discutir uma nova concepção de polícia". Este ano, a PM vai formar 3.390 novos policiais -2.500 soldados, 500 sargentos, 150 oficiais e 240 outros PMs.



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