São Paulo, domingo, 27 de agosto de 2000


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OUTRO LADO
Chapecó defende operação

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CHAPECÓ

O frigorífico Chapecó defende a operação do BNDES. Segundo Celso Mario Schmitz, 57, diretor financeiro e de relações com os investidores da empresa, em todas as negociações com o o banco foi oferecida uma garantia de 130% sobre os valores do contrato.
Ele disse que as mesmas garantias foram fornecidas pela Alimbras S/A no empréstimo junto ao banco para aquisição da empresa.
Schmitz afirmou que as condições oferecidas ao grupo argentino não significaram favorecimento. ""As normas do BNDES estavam para todos, isso desde o início de 1997. O grupo Macri não foi beneficiado. O grande benefício foi social, já que mais de 80 municípios viviam uma crise em razão dos problemas da empresa."
Schmitz disse que não saberia afirmar o quanto Plínio David de Nes recebeu pela venda do controle acionário do frigorífico. Segundo ele, as negociações entre o grupo Macri e Nes são ""um segredo profissional deles".
Schmitz chegou ao Chapecó após a compra da empresa pelo grupo argentino. Ele veio com o atual presidente do frigorífico, Alex Fontana, que também é o presidente da Alimbras S/A, na nova diretoria executiva contratada para sanear a empresa.
Sobre os empréstimos no período anterior à compra, Schmitz disse que ""só os antigos controladores poderiam falar". Ele, no entanto, disse ter ""quase convicção de que todo o dinheiro foi usado para apagar incêndio, ou seja, quitar compromissos urgentes, como folha de pagamento dos funcionários".
Esses empréstimos, de US$ 51 milhões, foram feitos no período em que a empresa Option Serviços Financeiros dirigia a empresa, por determinação dos bancos credores, e Plínio David de Nes ainda detinha o controle acionário.
Luiz José Fabiani, responsável na Option pelo gerenciamento da empresa, não respondeu aos telefonemas da reportagem. Segundo informações na empresa, somente ele poderia falar sobre o caso.
Já Nes foi procurado em sua casa, no bairro Maria Goretti (de classe média alta) em Chapecó e no escritório que mantém no centro comercial da cidade.
Em sua casa, uma mulher, que se identificou como Salete, disse que Plínio e a mulher, Elisabeth, estavam viajando e não existia previsão de quando retornariam. Ela disse não estar autorizada a informar o celular nem o destino do casal. O escritório do empresário também estava fechado. (JM)


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