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PERSONALIDADE
Ministro do Trabalho afastou Lula de sindicato no ABC em 1980
Murillo Macêdo morre de câncer
DA FOLHA CAMPINAS
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
Murillo Macêdo, último ministro do Trabalho do regime militar
(1964-1985), morreu ontem aos 80
anos de câncer ósseo, no Hospital
Nova Atibaia, em Atibaia (SP),
onde havia sido internado anteontem. A doença foi detectada
três anos atrás. Neste ano, ele já
havia sofrido várias internações.
O corpo de Macêdo foi velado
na Câmara Municipal de Atibaia,
onde compareceram amigos íntimos e familiares. O ex-ministro
morava na cidade, em um sítio
comprado três décadas atrás. No
final da tarde de ontem, o corpo
foi trasladado para o crematório
da Vila Alpina, em São Paulo.
A cerimônia de cremação ocorreu às 17h, segundo a funerária. A
missa de sétimo dia acontecerá na
próxima segunda-feira na igreja
Nossa Senhora do Brasil, às 11h,
em São Paulo. "Só sinto muita
saudade", disse seu filho Marcos.
Macêdo nasceu em 25 de julho
de 1923 em Sete Lagoas (MG) e
formou-se em direito pela UFMG
em 1953 -ano em que se tornou
gerente de uma agência do Banco
Nacional, em Maringá (PR).
Fez pós-graduação em administração e tornou-se diretor do Banco Nacional em São Paulo de 1960
até 1975, quando assumiu a presidência do Banespa e da Cosesp,
cargos que ocupou até 1977,
quando assumiu a Secretaria da
Fazenda do Estado de São Paulo
(gestão de Paulo Egydio Martins).
Em março de 1979, tornou-se
ministro do Trabalho de João
Baptista Figueiredo (1979-1985).
Usou a Lei de Greve para decretar
intervenção nos sindicatos do
ABC em 1979 e em 1980, destituindo vários sindicalistas (entre
eles Luiz Inácio Lula da Silva, que
chegou a ser preso). Em 1981,
anunciou sua disposição de disputar o governo paulista em 1982,
mas foi dissuadido pelo então governador Paulo Maluf (PDS). Deixou a pasta em março de 1985.
Em 1986, retornou ao Banco
Nacional. Em 1989, o governador
paulista Orestes Quércia (PMDB)
o nomeou presidente da Cesp e,
em janeiro de 1990, o convidou
para ocupar a Secretaria de Habitação. Ficou nessa função até a
posse do governador Luiz Antônio Fleury Filho (PMDB), em
março de 1991, quando assumiu a
presidência da Nossa Caixa. Em
abril de 1993 reassumiu a presidência do Banespa, posto que deixou em janeiro de 1994. Em 1995,
passou a atuar como consultor.
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