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São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 2003

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PERSONALIDADE

Ministro do Trabalho afastou Lula de sindicato no ABC em 1980

Murillo Macêdo morre de câncer

DA FOLHA CAMPINAS
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Murillo Macêdo, último ministro do Trabalho do regime militar (1964-1985), morreu ontem aos 80 anos de câncer ósseo, no Hospital Nova Atibaia, em Atibaia (SP), onde havia sido internado anteontem. A doença foi detectada três anos atrás. Neste ano, ele já havia sofrido várias internações.
O corpo de Macêdo foi velado na Câmara Municipal de Atibaia, onde compareceram amigos íntimos e familiares. O ex-ministro morava na cidade, em um sítio comprado três décadas atrás. No final da tarde de ontem, o corpo foi trasladado para o crematório da Vila Alpina, em São Paulo.
A cerimônia de cremação ocorreu às 17h, segundo a funerária. A missa de sétimo dia acontecerá na próxima segunda-feira na igreja Nossa Senhora do Brasil, às 11h, em São Paulo. "Só sinto muita saudade", disse seu filho Marcos.
Macêdo nasceu em 25 de julho de 1923 em Sete Lagoas (MG) e formou-se em direito pela UFMG em 1953 -ano em que se tornou gerente de uma agência do Banco Nacional, em Maringá (PR).
Fez pós-graduação em administração e tornou-se diretor do Banco Nacional em São Paulo de 1960 até 1975, quando assumiu a presidência do Banespa e da Cosesp, cargos que ocupou até 1977, quando assumiu a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (gestão de Paulo Egydio Martins).
Em março de 1979, tornou-se ministro do Trabalho de João Baptista Figueiredo (1979-1985). Usou a Lei de Greve para decretar intervenção nos sindicatos do ABC em 1979 e em 1980, destituindo vários sindicalistas (entre eles Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou a ser preso). Em 1981, anunciou sua disposição de disputar o governo paulista em 1982, mas foi dissuadido pelo então governador Paulo Maluf (PDS). Deixou a pasta em março de 1985.
Em 1986, retornou ao Banco Nacional. Em 1989, o governador paulista Orestes Quércia (PMDB) o nomeou presidente da Cesp e, em janeiro de 1990, o convidou para ocupar a Secretaria de Habitação. Ficou nessa função até a posse do governador Luiz Antônio Fleury Filho (PMDB), em março de 1991, quando assumiu a presidência da Nossa Caixa. Em abril de 1993 reassumiu a presidência do Banespa, posto que deixou em janeiro de 1994. Em 1995, passou a atuar como consultor.


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