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Delcídio reúne-se com Palocci e irrita oposição
ANA FLOR
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral
(PT-MS), pediu ontem ao ministro Antonio Palocci (Fazenda)
ajuda na liberação de informações devidas por bancos à comissão e sugeriu punições para os
que demoram a fornecê-las.
Delcídio reclamou que o atraso
no fornecimento de documentação e o envio de dados errados podem comprometer as investigações. O encontro, na manhã de
ontem, irritou parlamentares da
oposição, que consideraram inadequado o presidente da CPI se
reunir com um ministro que até
pode ser convocado para depor
em outra CPI -a dos Bingos.
Após a reunião, o senador, que
também cobra documentação
ainda não recebida da Fazenda,
justificou a necessidade da conversa. "Nós estamos em uma fase
crucial da CPI e precisamos mostrar resultados", disse.
Delcídio sugeriu a Palocci que a
legislação relativa ao controle e
fiscalização dos bancos seja mudada, abrindo espaço para penalidades mais rígidas. Atualmente, o
Banco Central tem poucos instrumentos para punir bancos que
demoram a enviar dados solicitados sobre quebra de sigilo ou enviam informações incorretas.
Na conversa, o senador citou os
relatórios enviados recentemente
pelo Banco do Brasil, que foram
considerados incompletos, além
de conter informações erradas.
Ontem, o Banco do Brasil divulgou nota afirmando que não aceita as insinuações de que haveria
manipulação dos dados, atribuídos a problemas técnicos. O banco ameaçou com "ações judiciais"
os autores das acusações.
Abatido
Em maio, Delcídio havia se reunido com o presidente do BC,
Henrique Meirelles, para pedir
mais agilidade no envio dos dados solicitados pela comissão.
Ontem, conversou com o ministro também sobre a crise política e
o andamento das investigações
no Congresso. Segundo pessoas
próximas ao senador, Delcídio
disse que Palocci parecia abatido
e "não estava bem".
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