São Paulo, quarta-feira, 27 de setembro de 2000

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Ministro descarta novo empréstimo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Raul Jungmann (Desenvolvimento Agrário) disse ontem que "dificilmente" o presidente vai aceitar a proposta de conceder um novo empréstimo na linha A para os assentados.
"Falei ainda há pouco com o presidente e o governo mantém a sua proposta. Não existe espaço para a linha A. Embora o presidente seja soberano, dificilmente vai mudar de posição", afirmou o ministro na tarde de ontem, após a reunião entre o MST e os representantes do governo.
Jungmann afirmou que a mediação do processo de negociação com o MST continua com o Ministério do Desenvolvimento Agrário: "Os ministros agem em absoluta consonância com o presidente. O que se coloca na mesa de negociação é aquilo o que pensa e o que deseja o presidente".
O ministro criticou a postura dos mediadores na reunião de ontem. Para Jungmann, os representantes da CNBB, da OAB e do Conic "abortaram" a possibilidade de acordo ao suspender a reunião e decidir levar uma nova proposta de crédito facilitado ao presidente Fernando Henrique Cardoso: "Foi prematuro. Se tivessem dado tempo ao tempo poderíamos ter avançado na negociação".
O ministro disse que está havendo "uma certa dramatização" ao se afirmar que o prazo de plantio está se esgotando e que os assentados precisam de uma solução imediata. Segundo Jungmann, nas regiões Centro-Oeste e Sul os agricultores têm até o dia 15 de novembro para plantar.
Apesar de criticar a posição da CNBB, OAB e Conic na reunião, o ministro disse que aceita "sem problemas" a presença dos mediadores em novas reuniões. Jungmann disse que o governo está disposto a manter o diálogo com os sem-terra desde que não ocorram ameaças ou chantagens.
O ministro disse que só aceita se sentar à mesa de negociação com os líderes nacionais do MST, José Rainha e João Pedro Stedile: "É uma questão de reciprocidade".
A Presidência não comentou o resultado da reunião nem disse se pretende se reunir com os mediadores para tratar do assunto.
Segundo a assessoria do presidente, a CNBB ainda não o procurou para tratar do assunto e marcar a reunião. (DANIELA NAHASS)



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