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Bicudo passa
no exterior 28 dias
da campanha
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado Hélio Pereira Bicudo (PT), candidato a vice-prefeito
de São Paulo na chapa de Marta
Suplicy (PT), passou 28 dias da
campanha eleitoral fora do Brasil,
desde que foi escolhido o candidato petista em convenção.
Ele é presidente da Comissão
Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos
Estados Americanos) e deixou a
campanha eleitoral para desempenhar suas funções na entidade.
Bicudo foi escolhido candidato
a vice em 19 de junho. Embarcou
para Washington (EUA) em 8 de
agosto e só voltou para São Paulo
em 31 de agosto. Ficou na cidade
até o último dia 24 de setembro e
viajou novamente. Só volta para
votar, em 1º de outubro.
Aos 78 anos, Bicudo afirma ter
prejuízo com seu trabalho na
OEA. Ele diz que a função não é
remunerada e que ele apenas recebe diárias de US$ 350 da entidade quando está em viagem. "É
uma ninharia", afirma.
Além disso, segundo Bicudo, a
OEA só pagaria passagens aéreas
na classe turística. "Não estou
mais na idade para ficar apertado
em um banquinho, então eu pago
a diferença para ir na classe executiva", diz o candidato.
Bicudo recebe aposentadoria do
Ministério Público Estadual e trabalha com advogado. Ele afirma
ser sócio de um escritório de advocacia na rua Haddock Lobo
(zona sudoeste de São Paulo).
Apesar de ter sido deputado por
oito anos -de 1991 a 1998-, ele
não pediu aposentadoria de parlamentar, à qual tinha direito pela
lei. Em 1997, Bicudo presidiu a
Comissão de Direitos Humanos
da Câmara dos Deputados.
Ele também foi secretário de
Negócios Jurídicos da Prefeitura
de São Paulo nos dois primeiros
anos da gestão petista de Luiza
Erundina (1989-92). Saiu para ser
candidato a deputado.
Bicudo se destacou no Ministério Público pela investigação sobre o "esquadrão da morte", cujo
comando era atribuído ao então
delegado Sérgio Paranhos Fleury.
Em agosto de 1970, ele conseguiu, pela primeira vez, reunir
provas suficientes para obter a
prisão de um policial envolvido
com o esquadrão. Também reuniu evidências de que o esquadrão da morte tinha ligações com
traficantes de drogas.
Logo começou a sofrer ameaças
de morte. Moveu processos contra os policiais suspeitos de integrarem o esquadrão, mas foi afastado da investigação em 71 por
pressão dos militares.
Bicudo também teve forte atuação na luta pelos direitos humanos. Participou da Comissão de
Justiça e Paz, da Arquidiocese de
São Paulo, desde sua fundação,
em 1970. "Essa é a parte relevante,
que tem de ser acentuada", diz o
candidato a vice petista, ao comentar sua biografia.
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