São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 2002

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Lula, Serra e Ciro recebem espaço semelhante

DA REPORTAGEM LOCAL

O monitoramento realizado pelo Datafolha revela um quadro de equilíbrio no espaço dedicado pela Folha a Lula, Serra e Ciro no período que vai de 18 de agosto (data de lançamento do caderno Eleições) a 22 de setembro.
Das 213 páginas ocupadas por noticiário relativo aos presidenciáveis, 60,97 (28,6%) foram ocupadas pelo petista, 61,25 (28,7%) pelo tucano e 58,87 (27,6%) pelo candidato do PPS.
Hoje na fronteira do empate técnico com Serra na segunda colocação das intenções de voto, Anthony Garotinho obteve cobertura menor: 27,19 páginas, ou 12,8% do total.
O diretor-geral do Datafolha, Mauro Francisco Paulino, pondera que a tendência de crescimento do ex-governador do Rio nas pesquisas começou a se manifestar no final do período coberto pelo monitoramento.
Esse fator ajudaria a explicar a expressiva diferença entre seu espaço e os de dois adversários (Serra e Ciro) que estão em patamares semelhantes de intenção de voto.
O cientista político Marcus Figueiredo, que coordena no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj) estudo semelhante ao do Datafolha, concorda com a análise de Paulino.
"O novo embolamento no segundo lugar se caracterizou muito recentemente", diz. "As chances de Garotinho cresceram agora, na reta final."
Figueiredo costuma observar que o loteamento do espaço, embora obedeça no geral às posições da "corrida de cavalos", também é influenciado pelo que ele chama de "noticiabilidade" do candidato.
O cientista político acredita, por exemplo, que a condição de candidato do governo contribui para explicar por que José Serra recebeu nos jornais, em vários momentos da atual campanha, espaço maior do que o dedicado a adversários em situação semelhante nas pesquisas.
Também cabe observar que fatores como crises na campanha, recebimento ou perda de apoios, eclosão de escândalos ou mesmo declarações de impacto têm influência sobre a distribuição de espaço, que jamais é inteiramente ditada pela ordenação dos candidatos nas pesquisas.
Textos responderam por 74,1% do espaço dedicado pela Folha aos presidenciáveis no período analisado. Fotos, por 15,3%. Gráficos ficaram com 6,1%, e ilustrações, com 4,5%.


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