São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 2002

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Jornais oscilam ao longo da campanha

DA REPORTAGEM LOCAL

Monitoramento de sete jornais brasileiros realizado pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro revela oscilações na cobertura eleitoral ao longo dos últimos sete meses.
Entre as publicações analisadas pelo Iuperj estão os três diários de maior penetração no país, que apresentam diferenças e semelhanças no tratamento dispensado aos quatro principais candidatos à Presidência.
A série de gráficos ao lado demonstra que, na Folha, o sobe-desce de reportagens consideradas "positivas" e "negativas" foi menos acidentado do que no "Estado" e no "Globo".
O instituto também aponta que, na Folha, houve predomínio mais uniforme das matérias de cunho "neutro" -e que a cobertura "negativa" prevaleceu sobre a "positiva" no período analisado.
Mas existem tendências partilhadas pelos três jornais.
Hoje numericamente em quarto lugar nas intenções de voto, Ciro Gomes tornou-se, a partir do final de julho e até meados de agosto, o principal personagem das páginas tanto da Folha como do "Estado" e do "Globo".
Nos três diários, a "arrancada" em termos de espaço coincidiu com sua passagem para o segundo lugar e determinou mudança acentuada no teor da cobertura.
Provável reflexo do tiroteio em que o candidato do PPS se envolveu, aumentou a incidência de matérias de cunho "negativo" a respeito dele, e caiu a de reportagens "positivas".

Visibilidade
Para o cientista político Marcus Figueiredo, coordenador do estudo do instituto fluminense, maior visibilidade costuma corresponder a crescimento da cobertura "negativa". "Quanto mais o candidato aparece, mais sujeito a crítica ele está", diz.
Em contrapartida, o mapeamento do Iuperj, assim como o realizado pelo Datafolha, indica que Lula recebe um tratamento mais brando.
No "Globo", as matérias "positivas" sobre o candidato do PT superam as "negativas" desde o início da cobertura. No "Estado", isso ocorre a partir de julho. A Folha publica, proporcionalmente, mais reportagens "negativas" sobre os adversários do que a respeito do petista.


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