São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 2005

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Maia defende impeachment do presidente

DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito do Rio e presidenciável do PFL, Cesar Maia, defendeu ontem em São Paulo o afastamento do presidente Lula e afirmou que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, foi corrupto na gestão prefeitura de Ribeirão Preto (SP) e no ministério em 2003.
Ao citar a entrevista do ex-ministro José Dirceu à Folha anteontem, Maia disse: "Não vejo como é possível que o ministro-chefe-de-gabinete do presidente ateste que havia ilegalidade e que o presidente sabia e não se caminhar para um impedimento". Questionado por que o PFL não havia pedido o impeachment, o prefeito disse que era um "processo" em fase de documentação "Se caminha nesta direção."
Ele disse não se tratar da honestidade de Lula "pessoa física". "Se estivéssemos num país com a democracia plenamente amadurecida, o presidente Lula não estaria mais no lugar dele", disse Maia em discurso no Encontro dos Prefeitos do PFL-Região Sudeste.
O prefeito criticou a suposta blindagem de Lula e Palocci. "Se é verdade, e é verdade, que o presidente da República cometeu ilegalidade, ele também tem que perder o mandato. Que democracia é essa que tem tomar cuidado com os desdobramentos na economia?"
Em referência às supostas ligações entre Palocci e o ex-secretário de Ribeirão Rogério Buratti, que dirigia empresa que fechou contratos com a prefeitura, hoje sob investigação, Maia disse haver provas "nítidas" de corrupção contra o ministro. O Ministério da Fazenda não se manifestou.
O prefeito fez críticas à economia, que, diz ele, "vai muito mal". Afirmou que mantém sua pré-candidatura à Presidência, mas que, se ela não for "competitiva" em março, a "convergência natural" é apoiar um nome do PSDB.


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