São Paulo, quarta-feira, 27 de outubro de 2004

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ENERGIA POLÍTICA

Ativistas são presos

Construção de novas usinas divide governo

DA SUCURSAL DO RIO

A construção de novas usinas nucleares no país dividiu ontem integrantes do governo. O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Maurício Tolmasquim, disse que o ministério, principal responsável pela política energética, não estuda a construção de mais unidades.
O único projeto que pode sair do papel, diz ele, é a conclusão de Angra 3. De acordo com o secretário, até o fim do ano será finalizado o estudo sobre a retomada das obras da usina. A decisão final será do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), que reúne vários ministérios.
Já o secretário de Política de Informática e Tecnologia do Ministério de Ciência e Tecnologia, Francelino Lamy de Miranda Grando, afirmou que o ministério defende o debate sobre a construção de usinas nucleares. Ressaltou, porém, que não há nenhuma decisão sobre a construção de novas unidades. Segundo Grando, a Angra 3 é um caso diferente, já que seus equipamentos já foram comprados e o governo perde dinheiro com a sua armazenagem.
Tolmasquim e Grando participaram ontem do 10º Congresso Brasileiro de Energia, promovido pela Coppe-UFRJ, no Rio.
A questão das usinas nucleares foi motivo de protesto do Greenpeace. O diretor do grupo Marcelo Furtado interrompeu o seminário e começou a discutir com um dos palestrantes, o secretário de Energia, Indústria Naval e Petróleo, Wagner Victer. Ele defendia a construção de novas usinas.
Às 6h, dez manifestantes da ONG lacraram as portas da sede da INB (Indústrias Nucleares do Brasil), em Botafogo (zona sul) e se acorrentaram a tambores estampados com o símbolo da radioatividade. Foram detidos pela polícia e levados para a delegacia. Todos foram autuados por dano ao patrimônio público. Saíram após pagar fiança de R$ 1.200.


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