São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 2005

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MUSEU OFICIAL

Salas oficiais são reformadas; poltronas e carpete custaram R$ 87 mil

Planalto exibe memórias de Lula

ANA FLOR
LULA MARQUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o mezanino do terceiro andar do Palácio do Planalto passaram, nas últimas semanas, por uma reforma que modificou iluminação, mobiliário e criou no ambiente uma espécie de memorial pessoal e político de Lula.
O mezanino, área que funciona como uma ante-sala do escritório presidencial, recebeu um conjunto novo de sofás pretos de couro assinados por nomes famosos do mundo do design. Além disso, ganhou destaque uma bancada com tampo de vidro que resguarda as memórias do presidente Lula e da primeira-dama, Marisa Letícia.
Entre as recordações estão as fichas de filiação dele e de Marisa ao PT e uma das primeiras carteiras de filiação ao partido em São Bernardo do Campo.
Também estão em exposição, lado a lado, uma cópia do mandado de prisão de Lula, expedido em 25 de fevereiro de 1981 pela 2ª Auditoria do Exército, e o termo de posse como presidente da República. Há ainda fotos do presidente com os filhos recém-nascidos e com a irmã Maria.
Segundo a assessoria da Presidência, os itens pessoais já estavam em exposição no Palácio do Planalto e apenas ganharam destaque na área de espera de audiências e local onde Lula recebe convidados e chefes de Estado.
No gabinete presidencial, a mudança mais perceptível foi na iluminação, com novos pontos de luz e lâmpadas direcionadas para a mesa de trabalho. A mudança seria um pedido de Lula.
O Planalto negou que a primeira-dama tenha pedido a reforma ou interferido na escolha dos móveis e adereços.
Segundo a Casa Civil, as novas poltronas e a troca de carpete custaram cerca de R$ 87 mil e foram licitados em junho.
O edital da época diz que o objetivo da compra foi substituir mobiliário "desgastado e danificado ao longo dos anos" para proporcionar "melhor conforto às autoridades". O documento comprova o design das poltronas e sofás ao exigir assinaturas de nomes como Le Corbusier e Florence Knoll, para manter "arquitetura clássica, limpa".
As reformas e modificações nos palácios presidenciais têm gerado polêmica desde o começo do governo Lula.
No início de 2004, o Palácio da Alvorada foi tema de polêmica ao se revelar que a primeira-dama havia pedido a jardineiros da Presidência que plantassem sálvias vermelhas no formato de uma estrela -símbolo do PT- nos jardins.
Além disso, o Alvorada está em reforma desde dezembro do ano passado. Patrocinada por empresários, deverá custar mais de R$ 18 milhões.


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