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Para ministros, Waldomiro não irá
comprometer Dirceu em depoimento
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Nove ministros e líderes partidários que se reuniram anteontem em jantar de desagravo ao
ministro José Dirceu (Casa Civil)
discutiram qual seria o efeito para
o governo no caso de Waldomiro
Diniz "resolver falar besteira". Segundo relato dos presentes à Folha, alguns ministros disseram ter
informações de que o ex-assessor
de Dirceu não atacará nem o governo, nem seu ex-chefe.
A questão sobre o que dirá Waldomiro, cujo depoimento à Polícia Federal está previsto para terça, foi levantada numa roda de
conversa. Dirceu, que só chegou
ao jantar às 23h50 de anteontem,
não estava presente nessa hora.
Alguns dos nove ministros que
foram ao jantar também manifestaram temor de o caso Waldomiro contaminar a economia. Àquela altura, já sabiam que ontem o
governo receberia notícia muito
ruim: a retração de 0,2% do PIB
(Produto Interno Bruto) de 2003,
o primeiro ano do governo Lula.
Dos nove ministros presentes,
cinco foram em carros oficiais dos
ministérios -Patrus Ananias
(Desenvolvimento Social),
Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia), Álvaro Ribeiro Costa
(Advocacia Geral da União), José
Fritsch (Pesca), e Agnelo Queiroz
(Esporte). Apenas Aldo Rebelo
(Coordenação Política) chegou
em seu carro particular. Lando,
vizinho de Eunício, foi a pé.
Dirceu chegou no carro da Presidência, acompanhado do presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), que ocupava interinamente a Presidência da República. Dirceu se atrasou porque
chegou tarde da viagem que fez a
Belém na comitiva do presidente.
De acordo com o Conselho de
Ética da Presidência, o uso de carros oficiais é vetado aos ministros
só em eventos político-eleitorais.
Não houve discursos, mas apenas conversas informais. Patrus
estava feliz por ter obtido de Palocci a promessa de que terá recursos para cumprir a antecipação da meta do Bolsa-Família.
Anteontem, o governo decidiu
tentar cumprir até o final de julho
a meta prevista para este ano: incluir 901 mil famílias no programa. Assim, o Bolsa-Família passaria das atuais 3,6 milhões para 4,5
milhões de famílias atendidas.
Eunício brincou com o colega
do Desenvolvimento Social: "O
Patrus fica contando vantagem e a
gente fica contando miséria".
Dirceu, ainda de acordo com
convidados, aparentava mais ânimo do que em encontros anteriores. "Falar que ele está comemorando a fase que ele está passando
é um exagero, mas o clima era
bem mais ameno do que há alguns dias", disse Arlindo Chinaglia (SP), líder do PT na Câmara.
No cardápio, paella. De bebida,
vinho tinto, cerveja, uísque, refrigerantes e sucos. João Paulo deixou o jantar por volta da 1h45 de
ontem. Dirceu, acompanhado da
mulher, Maria Rita, saiu por volta
de 2h30, perto do fim do evento.
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