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Preocupado com "saúde financeira", RS deve abafar nova CPI do Bicho
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O Rio Grande do Sul, onde se
discute uma CPI para retomar a
investigação sobre supostos vínculos do governo petista de Olívio
Dutra (1999-2002) com bicheiros,
foi incluído na "agenda positiva"
do governo federal, a partir da
ajuda financeira para o Estado pagar seu funcionalismo.
Ontem, o líder do governo na
Assembléia, Alexandre Postal
(PMDB) afirmou em declaração
paralela à boa vontade da
União: "Não vejo elementos para
uma CPI. Por questões eleitorais e
políticas, não vale a pena".
Se montada, a CPI seria a segunda na Assembléia sobre a gestão
do atual ministro das Cidades, então governador do Estado. A primeira foi aberta em 2001.
Em almoço anteontem com o
chefe da Casa Civil do governo
peemedebista, Alberto Oliveira,
Postal e o vice-líder do governo na
Assembléia, Janir Branco, concluíram que será evitado o confronto com o PT e que os assuntos
relativos à saúde financeira do Estado serão prioridade.
A bancada do PMDB, de nove
integrantes, reúne-se na próxima
terça para definir posição. É provável que o partido rejeite a CPI. A
bancada do PT tem 13 integrantes. Para a abertura de CPI, são
necessárias 19 assinaturas do total
de 55 deputados. Como o governo de Germano Rigotto (PMDB)
é fruto de uma composição, outros aliados podem rejeitar a CPI.
Rigotto telefonou para Lula, de
quem é aliado, na última quarta.
Relatou, então, a situação financeira do Estado e a determinação
que teve de tomar de parcelar o
pagamento dos funcionários que
ganham acima de R$ 1.000.
Depois desse contato, houve negociações envolvendo Rigotto, o
ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo (PC
do B-SP), e o ministro da Previdência, Amir Lando (PMDB-RO).
Quanto a créditos previdenciários de quem saiu da iniciativa
privada e se aposentou pelo setor
público, o governo estadual espera receber R$ 200 milhões. A
União diz que o valor é de R$ 100
milhões -suficientes para pagar
a folha, de 82 mil funcionários.
O PT nacional já iniciara, na semana passada, a estabelecer estratégias de reação contra acusações
que vinculam o PT gaúcho a bicheiros. O ministro José Dirceu
(Casa Civil) telefonou para o senador Pedro Simon (PMDB-RS).
O presidente nacional do PT, José
Genoino, disse que "o PT pretende manter a sintonia institucional" com Rigotto e evitou falar sobre futuras alianças.
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