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CONTRA-ATAQUE
Megaoperação foi para cumprir medida provisória assinada por Lula
Polícia lacra 1.108 caça-níqueis
Fabiana Beltramin/Folha Imagem
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Polícia Federal lacra máquinas caça-níqueis em São Paulo; operação ocorreu em todo o país |
DA AGÊNCIA FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal divulgou
ontem que já foram lacradas
1.108 máquinas caça-níqueis em
todo o país desde o início de
uma megaoperação deflagrada
em 27 Estados a partir da noite
de quinta-feira.
Segundo levantamento feito
pela Agência Folha, a PF e agentes das polícias Civil e Militar lacraram ou apreenderam pelo
menos 783 máquinas em seis
Estados do Brasil: Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Goiás,
Tocantins, Maranhão e Santa
Catarina. Na Grande São Paulo,
a Polícia Federal usou 150 homens para lacrar 74 máquinas.
Medida provisória editada no
dia 20 pelo governo federal proíbe o funcionamento de bingos e
de caça-níqueis no país. A medida determina ainda uma multa
de R$ 50 mil por dia para os bingos que estiverem em funcionamento e para os estabelecimentos que tiverem caça-níqueis.
Ontem, no entanto, os proprietários foram apenas notificados
da proibição.
O Espírito Santo registrou o
maior número de máquinas lacradas: 360, que estavam em depósitos localizados em cidades
da região metropolitana de Vitória. Cerca de 200 policiais
atuaram na blitz.
No Rio Grande do Sul, a operação ocorreu em Porto Alegre e
nas praias de Capão da Canoa e
Tramandaí (litoral norte). Segundo a PF, 194 máquinas de jogos foram lacradas. Já em Goiás
foram lacradas 90 máquinas em
Goiânia e 22 em Anápolis. No
Tocantins, a Polícia Civil se antecipou à blitz da PF e apreendeu anteontem à tarde 84 caça-níqueis. Em Santa Catarina, 31
máquinas foram lacradas em
Florianópolis e São José (região
metropolitana) anteontem.
No Maranhão, a Polícia Federal localizou e lacrou apenas
duas máquinas na cidade de
Imperatriz (637 km da capital,
São Luís). Nenhuma máquina
caça-níquel foi localizada pela
PF no Ceará e em Alagoas durante a megaoperação. Desde o
início do mês as polícias Civil e
Militar alagoanas estão trabalhando na apreensão de máquinas, depois que a Loteal (Loteria
do Estado de Alagoas) cancelou,
em janeiro passado, os contratos com as empresas que exploravam os caça-níqueis.
No Estado de São Paulo, além
da operação na região metropolitana da capital, equipes foram
enviadas à região do ABC -onde não foram encontrados bingos abertos nem máquinas caça-níqueis em funcionamento- e às cidades do interior.
Liminares
O governo conseguiu derrubar ontem as últimas quatro liminares no TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região que
permitiam o funcionamento de
casas de bingos no Brasil. As seis
liminares haviam sido concedidas pela Justiça de Santa Catarina durante o Carnaval.
As decisões foram do juiz federal José Baltazar Júnior e dos
desembargadores Luiz Carlos
de Castro Lugon e Amauri
Athaíde Chaves.
A AGU (Advocacia Geral da
União) monitora ainda ações
nos Estados. Há 19 pedidos de liminar em Santa Catarina, 5 no
Espírito Santo e 3 em São Paulo.
No STF (Supremo Tribunal
Federal), o ministro Gilmar
Mendes decidiu arquivar ontem
o primeiro mandado de segurança contrário à medida provisória do governo federal. O
mandado havia sido impetrado
na quinta-feira por um empresário de São Bernardo do Campo (SP). Em Jundiaí (SP), o Sindicato dos Trabalhadores em
Empresas de Entretenimento
entrou com outro mandado de
segurança no STF para garantir
o funcionamento dos bingos.
Protestos
A Força Sindical informou,
também ontem, que pretende
reunir 20 mil funcionários de
bingos em manifestação e passeata na manhã desta segunda-feira na avenida Paulista, em
São Paulo. Ontem a Força voltou a organizar um protesto na
capital, desta vez no bairro Sumaré. Em Porto Alegre também
houve manifestações.
Os proprietários de bingos decidiram ontem dar uma trégua
as demissões no setor e manter
os empregos dos funcionários
das casas de jogos por 30 dias. A
decisão foi tomada durante assembléia que reuniu cerca de
500 representantes de casas de
bingo em São Paulo.
Em Minas Gerais, as 7.500 demissões de funcionários (diretos e indiretos) anunciadas no
início da semana foram canceladas, informou Jorge Carlos Mioto, da associação de bingos de
Minas Gerais. A Força teme demissões em metalúrgicas que
fazem produtos para bingos.
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