São Paulo, Domingo, 28 de Fevereiro de 1999
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Cesta básica é a 2ª menor desde 1993

ABNOR GONDIM
da Sucursal de Brasília

O governo distribuiu neste mês a segunda menor cesta básica para famílias carentes desde a criação do programa de distribuição de alimentos, em 1993. O peso da cesta caiu de 22 kg para 20,3 kg.
Cada cesta básica distribuída pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) perdeu 2 kg de feijão e 3 kg de macarrão. Duas latas de óleo de soja foram substituídas por duas latas de sardinha.
O aumento do dólar em relação ao real é apontado como a principal causa da retirada do macarrão da mesa de 1,7 milhão famílias carentes atendidas pelo programa Comunidade Solidária em 1.353 municípios pobres do país.
"A valorização do dólar elevou a importação de trigo, e o governo não irá contribuir para a elevação dos preços", disse o presidente da Conab, Eugênio Stefanello.
Segundo ele, a quantidade de feijão caiu de 5 kg para 2 kg por causa da inflação verificada no produto desde o início deste ano.
O governo começará a adquirir em março produtos de agricultores familiares para manter e baratear o atendimento de todas as famílias carentes assistidas pelo Comunidade Solidária.
"A ordem do presidente Fernando Henrique Cardoso é manter o atendimento sem exclusão de nenhuma família", disse o secretário-executivo do Comunidade Solidária, Milton Seligman.
Créditos suplementares serão aprovados neste ano pelo governo para compensar o corte de quase 50% no orçamento do Prodea, programa de distribuição de cestas básicas. O orçamento caiu de R$ 97 milhões para R$ 48,4 milhões.
O ministro Raul Jungmann (Política Fundiária) atribuiu o corte a "burocratas" do governo, sem citar nomes.
O Prodea atende 97.115 famílias de sem-terra.
Já a Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) começou a suspender neste mês cestas básicas distribuídas para municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo atingidos pela seca. Até abril, deverá ser suspenso o atendimento no Nordeste.


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