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Houve suspeita de fraude, diz tabeliã
DO ENVIADO ESPECIAL A IPIXUNA
Tabeliã do cartório de Eirunepé
(AM) que emitiu matrículas apresentadas como hipoteca ao Basa
(Banco da Amazônia) pela empresa que era à época do ministro
da Previdência, Romero Jucá,
Marinaura de Oliveira Fernandes
disse que documentos foram cancelados devido à suspeita de fraude. Para ela, a Justiça acredita que
as fraudes tenham sido cometidas
pelos proprietários.
"Quando houve o problema da
grilagem, o pessoal do tribunal
passou nos cartórios e levou os livros. Eles fizeram levantamento e
cancelaram algumas matrículas.
Em algumas matrículas [canceladas], segundo eles, não constava
origem [da propriedade]."
Em entrevista à Folha, Marinaura disse que, no cartório em
que trabalha, houve ao menos 20
cancelamentos, em 2001, e das sete fazendas hipotecadas, só duas
(Almas e a Cristina) não estão
cancelas. Ela disse que, na prática,
quando há cancelamento, a matrícula deixa de existir. "Se a terra
existe, se a fazenda está lá, para todos os efeitos, a fazenda não tem
documento. Pode até existir, mas
não tem documento registrado."
Segundo a tabeliã, fazendas de
Ipixuna são registradas em Eirunepé porque é "mais cômodo"
para o proprietário, e a transferência só ocorre quando o dono
da terra pede. Marinaura é tabeliã
há quatro anos, desde que o titular -seu pai, dono do cartório e
responsável pelos registros das sete fazendas hipotecadas, Geraldo
Ormuzd Pacheco Fernandes-
foi afastado do cargo porque teve
"uma encrenca" com o juiz.
(RV)
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