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Presidente faz ironias e piadas durante entrevista
da Sucursal de Brasília
O presidente Fernando Henrique Cardoso passou os 83 minutos
da entrevista de ontem aproveitando as perguntas dos jornalistas
para fazer piadas e ironias.
Descontraído, disse que tinha
dormido bem e brincou com temas sérios. Ao falar das queixas de
omissão do governo no incêndio
em Roraima, disse que não agiu
por má-fé. "Qual o presidente da
República que vai querer que pegue fogo na mata?", questionou,
respondendo: "Só Nero, não é? E
não foi na mata, foi na cidade."
Ao falar da paisagem da seca,
comparou o Nordeste com a lua.
"A paisagem da seca, que eu conheci, parece a paisagem lunar.
Ou melhor, se supõe, pois nunca
estive lá, mas vi fotografias."
Ao ser questionado sobre déficit
público, reclamou: "Lá vem a sabatina econômica". Informado
que sua rejeição crescera de 10%
para 17%, interrompeu dizendo
que o índice "está bom, ainda".
O presidente foi lacônico sobre
as críticas de César Maia de que está cometendo erros. "Não li. Prefiro não ler algumas coisas para
não ficar com a disposição menos
favorável a algumas pessoas."
FHC trocou ainda nomes. Disse
que Tasso Jereissati, do Ceará, é
governador do Rio Grande do
Norte e que falara com o presidente Hugo Banzer, da Argentina
-ele é da Bolívia. Nesse caso, corrigiu, dizendo que também falara
com o argentino Carlos Menem.
Ao fim da entrevista, convidou
os jornalistas para tomar cafezinho. "Mas cada um na sua casa",
disse, saindo para o Palácio da Alvorada, onde mora.
A opção de conceder a entrevista
nos jardins do Alvorada foi uma
forma de dar um ar mais informal.
A Casa Branca usa o mesmo estilo
para as conversas do presidente
Bill Clinton com a imprensa.
Quando o norte-americano visitou o Brasil, a entrevista conjunta
dos presidentes ocorreu no mesmo local.
(WF)
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