São Paulo, quinta, 28 de maio de 1998

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Presidente faz ironias e piadas durante entrevista

da Sucursal de Brasília

O presidente Fernando Henrique Cardoso passou os 83 minutos da entrevista de ontem aproveitando as perguntas dos jornalistas para fazer piadas e ironias.
Descontraído, disse que tinha dormido bem e brincou com temas sérios. Ao falar das queixas de omissão do governo no incêndio em Roraima, disse que não agiu por má-fé. "Qual o presidente da República que vai querer que pegue fogo na mata?", questionou, respondendo: "Só Nero, não é? E não foi na mata, foi na cidade."
Ao falar da paisagem da seca, comparou o Nordeste com a lua. "A paisagem da seca, que eu conheci, parece a paisagem lunar. Ou melhor, se supõe, pois nunca estive lá, mas vi fotografias."
Ao ser questionado sobre déficit público, reclamou: "Lá vem a sabatina econômica". Informado que sua rejeição crescera de 10% para 17%, interrompeu dizendo que o índice "está bom, ainda".
O presidente foi lacônico sobre as críticas de César Maia de que está cometendo erros. "Não li. Prefiro não ler algumas coisas para não ficar com a disposição menos favorável a algumas pessoas."
FHC trocou ainda nomes. Disse que Tasso Jereissati, do Ceará, é governador do Rio Grande do Norte e que falara com o presidente Hugo Banzer, da Argentina -ele é da Bolívia. Nesse caso, corrigiu, dizendo que também falara com o argentino Carlos Menem.
Ao fim da entrevista, convidou os jornalistas para tomar cafezinho. "Mas cada um na sua casa", disse, saindo para o Palácio da Alvorada, onde mora.
A opção de conceder a entrevista nos jardins do Alvorada foi uma forma de dar um ar mais informal. A Casa Branca usa o mesmo estilo para as conversas do presidente Bill Clinton com a imprensa. Quando o norte-americano visitou o Brasil, a entrevista conjunta dos presidentes ocorreu no mesmo local. (WF)



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