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"Professores até têm razão"
da Sucursal de Brasília
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que há
necessidade de melhorar o diálogo com os professores em greve há 58 dias, em 49 universidades. "Acho que temos de conversar mais com os professores.
Não é meu estilo rupturas de
diálogo. Pelo contrário, sou democrata", afirmou.
Sem citar especificamente o
caso dos professores universitários, o presidente disse que "é
duro dizer não" para as reivindicações de algumas categorias
quando ele sabe que elas "até
têm razão". Ele reconheceu que
os professores universitários
têm problemas de salário.
A assessoria de imprensa do
Ministério da Educação afirmou
que as declarações de FHC correspondem exatamente ao comportamento que o ministro Paulo Renato Souza vem adotando.
No entanto, as afirmações do
presidente já repercutiram no
MEC. No início da noite, a assessoria do ministério convocou
para hoje uma entrevista com
Paulo Renato na qual "novidades" devem ser anunciadas.
De acordo com a assessoria, o
ministro tem disposição para
tentar solucionar o impasse e,
por isso, não deixou de atender
às solicitações de audiência dos
professores.
Desde o início da greve, no dia
31 de março, o ministro recebeu
integrantes da Andes (sindicato
dos professores) em duas audiências, em 12 e 21 de maio.
Nos dois encontros, o ministro reafirmou que só vai negociar com a categoria após a suspensão da greve.
Para a Andes, as declarações
de FHC só vão se concretizar
com a apresentação de uma
proposta por parte do MEC. "É
verdade. Conversamos pouco
até agora. Precisamos conversar
mais", disse Maria Cristina de
Morais, presidente da Andes.
Segundo o presidente, a decisão de cortar o ponto dos professores universitários em greve
"é doída", mas necessária diante da necessidade de se tomar
decisões firmes. "Tem que se
fazer e faz", afirmou.
"Nada pode ser mais doído
para um presidente que é professor universitário que enfrentar greve de professores, que ter
de cortar o ponto", afirmou.
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