São Paulo, quinta, 28 de maio de 1998

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"Professores até têm razão"

da Sucursal de Brasília

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que há necessidade de melhorar o diálogo com os professores em greve há 58 dias, em 49 universidades. "Acho que temos de conversar mais com os professores. Não é meu estilo rupturas de diálogo. Pelo contrário, sou democrata", afirmou.
Sem citar especificamente o caso dos professores universitários, o presidente disse que "é duro dizer não" para as reivindicações de algumas categorias quando ele sabe que elas "até têm razão". Ele reconheceu que os professores universitários têm problemas de salário.
A assessoria de imprensa do Ministério da Educação afirmou que as declarações de FHC correspondem exatamente ao comportamento que o ministro Paulo Renato Souza vem adotando.
No entanto, as afirmações do presidente já repercutiram no MEC. No início da noite, a assessoria do ministério convocou para hoje uma entrevista com Paulo Renato na qual "novidades" devem ser anunciadas.
De acordo com a assessoria, o ministro tem disposição para tentar solucionar o impasse e, por isso, não deixou de atender às solicitações de audiência dos professores.
Desde o início da greve, no dia 31 de março, o ministro recebeu integrantes da Andes (sindicato dos professores) em duas audiências, em 12 e 21 de maio.
Nos dois encontros, o ministro reafirmou que só vai negociar com a categoria após a suspensão da greve.
Para a Andes, as declarações de FHC só vão se concretizar com a apresentação de uma proposta por parte do MEC. "É verdade. Conversamos pouco até agora. Precisamos conversar mais", disse Maria Cristina de Morais, presidente da Andes.
Segundo o presidente, a decisão de cortar o ponto dos professores universitários em greve "é doída", mas necessária diante da necessidade de se tomar decisões firmes. "Tem que se fazer e faz", afirmou.
"Nada pode ser mais doído para um presidente que é professor universitário que enfrentar greve de professores, que ter de cortar o ponto", afirmou.



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