São Paulo, Sexta-feira, 28 de Maio de 1999
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Suspeito de grampo pretende processar a União

SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio

Suspeito de envolvimento na instalação de grampos telefônicos no BNDES, o agente da SSI (Subsecretaria de Inteligência) do governo federal Temílson Barreto Resende planeja processar a União.
Resende, 48, conhecido como Telmo na comunidade de informações, falou ontem com seu advogado, Carlos Kenigsberg, sobre a intenção de pedir à Justiça indenização por danos morais e financeiros. Na lista de futuros processados estarão o governo federal, a Procuradoria da República, jornais e revistas.
Na análise de Resende e do advogado, a divulgação de que ele é suspeito de instalar a escuta, sem que tenham sido apresentadas provas e antes de uma decisão judicial, representou uma ilegalidade.
Resende foi afastado anteontem da agência da SSI no Rio pelo chefe da Casa Militar, general Alberto Cardoso. O pretexto do afastamento foi o fato de ele ser réu em processo que apura o pagamento de propina por bicheiros a servidores federais. O processo, em fase de sentença, corre na 2ª Vara Federal Criminal do Rio.
Resende é funcionário concursado do governo desde 75. Trabalhou no extinto SNI (Serviço Nacional de Informações). O agente também é oficial da reserva do Exército (serviu de 71 a 73), oriundo do CPOR (Curso Preparatório de Oficiais da Reserva). Deixou o Exército como segundo-tenente.
No processo das propinas pagas pelo bicheiro Castor de Andrade, que já morreu, Resende aparece como membro de um esquema de corrupção supostamente chefiado pelo delegado Edson de Oliveira, ex-superintendente da PF no Rio.
A defesa de Resende sustenta inocência. Nas alegações apresentadas à Justiça, ele diz que nunca trabalhou como policial. Logo, não teria sentido receber dinheiro para deixar de reprimir o jogo.


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