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Suspeito de grampo
pretende
processar a União
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
Suspeito de envolvimento na instalação de grampos telefônicos no
BNDES, o agente da SSI (Subsecretaria de Inteligência) do governo
federal Temílson Barreto Resende
planeja processar a União.
Resende, 48, conhecido como
Telmo na comunidade de informações, falou ontem com seu advogado, Carlos Kenigsberg, sobre
a intenção de pedir à Justiça indenização por danos morais e financeiros. Na lista de futuros processados estarão o governo federal, a
Procuradoria da República, jornais e revistas.
Na análise de Resende e do advogado, a divulgação de que ele é suspeito de instalar a escuta, sem que
tenham sido apresentadas provas
e antes de uma decisão judicial, representou uma ilegalidade.
Resende foi afastado anteontem
da agência da SSI no Rio pelo chefe
da Casa Militar, general Alberto
Cardoso. O pretexto do afastamento foi o fato de ele ser réu em
processo que apura o pagamento
de propina por bicheiros a servidores federais. O processo, em fase
de sentença, corre na 2ª Vara Federal Criminal do Rio.
Resende é funcionário concursado do governo desde 75. Trabalhou no extinto SNI (Serviço Nacional de Informações). O agente
também é oficial da reserva do
Exército (serviu de 71 a 73), oriundo do CPOR (Curso Preparatório
de Oficiais da Reserva). Deixou o
Exército como segundo-tenente.
No processo das propinas pagas
pelo bicheiro Castor de Andrade,
que já morreu, Resende aparece
como membro de um esquema de
corrupção supostamente chefiado
pelo delegado Edson de Oliveira,
ex-superintendente da PF no Rio.
A defesa de Resende sustenta
inocência. Nas alegações apresentadas à Justiça, ele diz que nunca
trabalhou como policial. Logo, não
teria sentido receber dinheiro para
deixar de reprimir o jogo.
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