São Paulo, Sexta-feira, 28 de Maio de 1999
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Senado investigará remessa ao exterior

da Sucursal de Brasília

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Bancos deverá ouvir na próxima quarta-feira o depoimento do procurador Celso Antônio Três, de Cascavel (PR), que investiga a utilização de contas CC-5 para remessas ilegais de dinheiro ao exterior.
As contas CC-5 foram criadas para que estrangeiros residentes no país possam enviar dinheiro ao exterior e receber remessas de fora.
O procurador conseguiu quebrar o sigilo de todas as operações feitas desde 1992 e concluiu que "laranjas" foram utilizados para remeter recursos de terceiros ao exterior.
Até agora, o procurador constatou a existência de 310 "laranjas" -pessoas em cujo nome as operações eram registradas.
A CPI dos Bancos também pediu a quebra do sigilo das remessas por contas CC-5. Os senadores querem saber se os personagens envolvidos nas investigações sobre os bancos Marka e FonteCindam utilizaram esse caminho para retirar dinheiro do país.
Também na quarta-feira, o relator da CPI, João Alberto (PMDB-MA), vai apresentar um relatório preliminar sobre a ajuda do Banco Central ao Marka e ao FonteCindam, ocorrida depois da desvalorização do real. A operação de socorro aos dois bancos resultou em um prejuízo de R$ 1,6 bilhão ao BC.
Em reunião realizada ontem, os senadores decidiram adiar novamente a votação do requerimento de convocação dos dirigentes de instituições beneficiadas pelo Proer (programa oficial de socorro aos bancos).
Por meio do Proer, foram realizadas operações de intervenção e transferência do controle de várias instituições, entre elas as dos bancos Econômico -que foi repassado para o Excel, cujo controle acabou transferido para o espanhol Bilbao Viscaya- e Nacional, que foi incorporado pelo Unibanco.
Antes de votar a convocação dos envolvidos, a CPI quer analisar documentos do Proer que o Banco Central ainda tem de fornecer.
O autor desse requerimento é o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que pretende comprovar que o programa oficial de ajuda aos bancos provocou concentração de renda à custa de recursos públicos.


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