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Senado investigará
remessa ao exterior
da Sucursal de Brasília
A CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito) dos Bancos deverá ouvir na próxima quarta-feira o depoimento do procurador Celso
Antônio Três, de Cascavel (PR),
que investiga a utilização de contas
CC-5 para remessas ilegais de dinheiro ao exterior.
As contas CC-5 foram criadas para que estrangeiros residentes no
país possam enviar dinheiro ao exterior e receber remessas de fora.
O procurador conseguiu quebrar
o sigilo de todas as operações feitas
desde 1992 e concluiu que "laranjas" foram utilizados para remeter
recursos de terceiros ao exterior.
Até agora, o procurador constatou a existência de 310 "laranjas"
-pessoas em cujo nome as operações eram registradas.
A CPI dos Bancos também pediu
a quebra do sigilo das remessas por
contas CC-5. Os senadores querem
saber se os personagens envolvidos nas investigações sobre os
bancos Marka e FonteCindam utilizaram esse caminho para retirar
dinheiro do país.
Também na quarta-feira, o relator da CPI, João Alberto (PMDB-MA), vai apresentar um relatório
preliminar sobre a ajuda do Banco
Central ao Marka e ao FonteCindam, ocorrida depois da desvalorização do real. A operação de socorro aos dois bancos resultou em um
prejuízo de R$ 1,6 bilhão ao BC.
Em reunião realizada ontem, os
senadores decidiram adiar novamente a votação do requerimento
de convocação dos dirigentes de
instituições beneficiadas pelo
Proer (programa oficial de socorro
aos bancos).
Por meio do Proer, foram realizadas operações de intervenção e
transferência do controle de várias
instituições, entre elas as dos bancos Econômico -que foi repassado para o Excel, cujo controle acabou transferido para o espanhol
Bilbao Viscaya- e Nacional, que
foi incorporado pelo Unibanco.
Antes de votar a convocação dos
envolvidos, a CPI quer analisar documentos do Proer que o Banco
Central ainda tem de fornecer.
O autor desse requerimento é o
senador Eduardo Suplicy (PT-SP),
que pretende comprovar que o
programa oficial de ajuda aos bancos provocou concentração de
renda à custa de recursos públicos.
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