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NO AR
O presidente cala
NELSON DE SÁ
da Reportagem Local
Na coletiva de Pimenta da
Veiga, dias atrás, tentaram ler
o diálogo de FHC com André
Lara Resende, mas o ministro
se recusou a ouvir.
Recusou-se à "exegese", à
"interpretação". Sobretudo,
recusou-se mesmo a ouvir. E
calou os entrevistadores.
No discurso de ontem, FHC
não precisou calar ninguém,
diretamente. Como Pimenta,
questionou a "interpretação",
que chamou de "leviana". E
vestiu o professor:
- Como sou cientista social,
quando faço as exegeses dos
textos... se aluno meu fizesse
isso, eu reprovaria por ser ou
incompetente ou imoral.
Na personagem de cientista
social e professor, FHC já ia
quase interpretando.
- Mas, como não sou mais
professor, apenas presidente,
me calo. Quando calo, eu não
calo porque concordei, porque
temi. Eu calo porque sei da
responsabilidade do cargo.
Entenda-se bem, portanto:
presidente, FHC não pode dar
sua interpretação para a frase
"não tenha dúvida".
Faz como Pimenta, que nem
"apenas presidente" é, mas
não ouve nem fala.
Parecia brincadeira, mas era
uma locução noticiosa, ontem
à tarde na Globo News:
- O presidente indicou uma
comissão para elaborar um
código de ética e conduta. A
comissão vai poder ajudar o
presidente a tomar decisões
nos casos em que as regras não
forem claras.
Não é mais só o PT. Ontem,
no Jornal da Record, Itamar
entrou em campo:
- Itamar quer as eleições
gerais no ano que vem.
Mas é só Boris Casoy.
De resto, como pedia Mário
Covas desde terça na TV, só
tem caça ao araponga.
Parecia brincadeira, mas era
um comercial da Tele Norte
Leste, em plena TVE:
- O seu telefone nunca fez
trim por acaso...
E-mail: nelsonsa@folhasp.com.br
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