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REFORMA TRIBUTÁRIA
Alíquota seria cobrada sobre produção; implantação teria de ser gradual
Lafer quer adoção de imposto único
da Sucursal de Brasília
O ministro do Desenvolvimento,
Celso Lafer, defendeu ontem proposta de reforma tributária diferente daquela que o Ministério da
Fazenda apresentou ao Congresso
em dezembro de 98. Lafer propôs a
criação, em médio prazo, de um
imposto único sobre a produção.
A adoção desse imposto único,
entretanto, seria gradual. Haveria
um período prévio no qual coexistiriam o IVA (Imposto sobre Valor
Agregado) e uma contribuição
única, que substituiria todas as
atuais contribuições incidentes sobre o faturamento e a folha de salários, com exceção daquela que se
destina à Previdência.
O IVA seria o resultado da fusão
do IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados), que hoje é federal, com o ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços), que é estadual. Teria legislação federal e receita compartilhada
entre a União e os Estados.
Lafer disse que a implantação
imediata do imposto único não seria conveniente porque haveria necessidade de impor alíquotas "insuportavelmente elevadas" para
garantir arrecadação.
Apesar de apresentar proposta
diferente, Lafer não quis detalhá-la. As idéias tinham como referência o texto "Tributação e Competitividade", do economista Fernando Rezende. Ele assessora o Ministério do Desenvolvimento e foi um
dos autores do projeto original de
reforma, que tramita desde 95.
Trecho do texto, citado por Lafer, defende que esse modelo de
IVA "abriria caminho para uma
futura extinção" do ISS (Imposto
sobre Serviços), que é de competência municipal. Ou seja, o IVA
incidiria também sobre a prestação de serviços. "Não se trata de
uma proposta alternativa", disse
Lafer ontem, ao discursar durante
almoço oferecido pela CNC (Confederação Nacional do Comércio).
A proposta entregue no ano passado pelo Ministério da Fazenda
prevê a reformulação do ICMS,
que terá alíquotas uniformes e definidas pelo governo federal. A arrecadação do tributo será dividida
entre União, Estados e municípios.
O IPI será extinto. Mas será criado outro tributo, o Imposto Seletivo, sobre a produção de alguns
produtos como bebidas, cigarros,
veículos, combustíveis etc. A produção continuará onerada.
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