São Paulo, Sexta-feira, 28 de Maio de 1999
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INVESTIGAÇÃO
Juiz teria ameaçado uma cliente
Advogado acusa presidente do TJ-DF

da Sucursal de Brasília


O presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, Asdrúbal Cruxen, foi acusado ontem na CPI do Judiciário de ter ameaçado Miramar da Silveira Rocha durante o processo de administração da herança deixada por Washington Nominato para o filho dela, chamado Luiz Gustavo.
A acusação foi feita pelo advogado Joaquim Thomaz Lopes, contratado por Miramar. Ela desconfiava que os administradores nomeados pela Justiça estavam dilapidando o patrimônio do menino, na época com 3 anos.
Luiz Gustavo era o único herdeiro de Nominato, que morreu de infarto, aos 33 anos, em 1987. Seu patrimônio era estimado em US$ 30 milhões, mas Luiz Gustavo tem hoje uma dívida de R$ 7 milhões.
Lopes afirmou que, quando entrou na sala de audiências acompanhando Miramar, ouviu do juiz que não era "bem-vindo". Segundo Lopes, Cruxen teria dito que o processaria por falta de ética se insistisse em participar da audiência como advogado de Miramar.
O advogado teria dito que somente a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) poderia processá-lo. Com isso, o juiz teria ameaçado retirar de Miramar a guarda do filho, se Lopes seguisse no caso.
Lopes disse que, então, desistiu de atuar na causa por temer prejudicar Miramar e Luiz Gustavo.
A CPI também ouviu o depoimento do contador Antônio Carlos Morais da Silva, que fazia a contabilidade do Consórcio Itapemirim, a principal empresa de Nominato. Ele afirmou que o laudo que embasou a venda de outras empresas deixadas por Nominato para supostamente quitar dívidas do consórcio foi feito por uma empresa-fantasma.
A assessoria de Cruxen divulgou que ele "até o momento não teve acesso ao conteúdo de tais declarações, por isso se reserva para, tão logo conheça, apresentar seus esclarecimentos à sociedade".


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