São Paulo, quinta-feira, 28 de junho de 2001

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OUTRO LADO

Irmão de EJ diz achar decisão "estranhíssima"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Fernando Jorge Caldas Pereira recebeu com surpresa a notícia de que seu sigilo bancário fora quebrado por decisão judicial. "Estou achando isso estranhíssimo, porque eu não fui citado", disse à Folha. Além de irmão, ele é sócio de Eduardo Jorge na empresa EJP Consultores Associados S/C Ltda.
"É um absurdo quebrar o sigilo de advogados quando você vive no Estado de Direito", disse sobre a quebra de sigilo, que atingirá outros dois irmãos, Ruy e Marcos Jorge, que são advogados: "Não sou advogado, mas também não sou ignorante. É incrível que uma informação sigilosa chegue à imprensa antes de o acusado, como eu, ser informado".
A Folha tentou contatar Ruy Jorge Caldas Pereira e Marcos Jorge Caldas Pereira por meio de Fernando Pereira. Até o fechamento desta edição, não houve resposta.
Humberto Haidamus, ex-diretor da Dataprev, disse que não vê razão para seu sigilo bancário ser quebrado. "Quando fui diretor da Dataprev, Eduardo Jorge era assessor de um senador da oposição. Meu filho é padrinho de um filho do EJ e se casou com uma sobrinha do EJ, há 10 anos." Ele diz que não vê problemas em relação à quebra de seu sigilo e afirma que não vai recorrer.
Cláudio Albuquerque Haidamus disse que se sente violentado pela decisão: "Não temo em nada, absolutamente nada, porque tenho minha vida correta. Mas acho uma violência porque tenho absoluta certeza que não há um fato certo que dê sustentação a essa decisão. Para quebrar um sigilo, tem que ter um fato certo".
Ele disse que vai ler a decisão antes de decidir se apresenta recurso contra ela. "Se não encontrar razão, é questão de honra", disse o empresário, que se recusa a falar em nome da Metaplan Consultoria e Planejamento Ltda, da Metacor Administração e Corretagem de Seguros Ltda e do Grupo Meta Participações Ltda, por ser sócio minoritário.
Ivan Carlos Machado Aragão, sócio majoritário das empresas, não foi localizado. Ele não estava em suas empresas e não autoriza o serviço de auxílio à lista a divulgar seus telefones.
Eduardo São Clemente D'Azevedo Neto não foi achado em sua residência. A Folha tentou entrar em contato com os demais atingidos pela decisão judicial, mas não pôde localizá-los.


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